Isenção do Imposto de Renda 2026: o que muda na prática? 

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O Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) vai passar por uma das maiores mudanças dos últimos anos. A lei amplia a faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês e cria novas regras de tributação para altas rendas e dividendos. A aprovada pelo Congresso, a lei foi sancionada pelo governo nesta quarta-feira (26), e passa a valer a partir de janeiro de 2026

Na prática, milhões de brasileiros vão ter mais dinheiro entrando como salário líquido. Ao mesmo tempo em que a parcela de alta renda passa a pagar mais imposto. 

Neste artigo, você vai entender: 

  • como fica a nova tabela do Imposto de Renda 2026
  • quem passa a ter isenção total ou parcial
  • o que muda na tributação de dividendos e altas rendas
  • como isso aparece no seu holerite
  • e, principalmente, como aproveitar essa renda extra no seu planejamento financeiro. 

Como era a isenção do IR e como fica agora 

Antes da mudança, a faixa de isenção do IRPF cobria rendimentos em torno de R$ 3 mil por mês, o que deixava grande parte da classe média ainda pagando imposto mesmo com salários relativamente baixos. Com a nova lei, o cenário muda: 

  • Até R$ 5.000/mês: isenção total de Imposto de Renda; 
  • De R$ 5.000,01 até R$ 7.350/mês: desconto parcial 
  • Acima de R$ 7.350/mês: seguem valendo as alíquotas progressivas atuais (7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%). 

O que isso significa para o trabalhador 

Estudos do governo indicam que, com a nova regra, cerca de 15 a 20 milhões de pessoas deixam de pagar IR, e algo próximo de 65% dos declarantes passam a ficar totalmente isentos ou na faixa de isenção parcial. 

De forma resumida: 

Quem ganha até R$ 5 mil deixa de ter IR descontado na fonte; deixa de ter imposto a pagar na declaração anual (ainda pode precisar declarar em alguns casos específicos, mas sem imposto devido). 

Quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350 continua tendo desconto em folha, mas menor do que hoje, por meio de um redutor na base de cálculo. 

Tributação de dividendos: foco nas altas rendas 

Para compensar a renúncia de receita com a ampliação da isenção, a lei cria novas regras para altas rendas e para lucros e dividendos. 

1. Tributação de dividendos 

Hoje, lucros e dividendos distribuídos a pessoas físicas são, em geral, isentos de IR. Com a nova lei: 

  • Dividendos pagos a uma mesma pessoa física por uma mesma empresa que ultrapassarem R$ 50 mil por mês passam a ter retenção de 10% na fonte
  • A mesma alíquota deve incidir sobre dividendos remetidos ao exterior. 

Ou seja: afeta uma minoria com renda de capital muito elevada, não o investidor comum de varejo. 

2. IRPF mínimo para super ricos (IRPFM) 

A lei também cria um Imposto de Renda Pessoa Física Mínimo (IRPFM) para quem recebe mais de R$ 600 mil por ano, somando salário, outros rendimentos tributáveis e dividendos: 

Acima de R$ 600 mil/ano passa a haver uma alíquota mínima progressiva, chegando até 10% para rendas acima de R$ 1,2 milhão por ano

Essa regra mira cerca de 0,1% dos contribuintes, segundo estimativas divulgadas pelo governo. 

Quando a nova tabela do Imposto de Renda passa a valer? 

A nova tabela entra em vigor a partir de janeiro de 2026. Na prática, isso significa: 

  • o holerite de 2026 já vem com a isenção ajustada à nova regra; 
  • a mudança será refletida na declaração do IR 2027 (ano-calendário 2026). 

Você, como contribuinte, não precisa pedir nada para a empresa nem para a fonte pagadora: a retenção é ajustada automaticamente com base na nova legislação. 

Como a mudança aparece no holerite? 

Quando a nova tabela estiver valendo, você vai perceber: 

  • Se seu salário está até R$ 5 mil, a linha de “IRRF” (imposto de renda retido na fonte) tende a sumir
  • Se seu salário está entre R$ 5 mil e R$ 7.350, o IRRF continua, mas com valor menor do que seria com a tabela antiga; 
  • Se você está acima de R$ 7.350, pode perceberá mudanças na retenção já que a tabela progressiva atual será mantida. 

Mesmo com a isenção na fonte, em alguns casos específicos como outras rendas, bens ou ganhos de capital, você ainda pode precisar realizar a declaração anual. Porém, sem imposto por renda do trabalho até o limite de R$ 5 mil. 

Quem ganha com a nova isenção do Imposto de Renda? 

A reforma do IR tem um efeito bem direto: promover alívio e aumento de renda para classes médias e baixas. Ao mesmo tempo em que aumenta a contribuição para faixas de alta renda ou que vivem de dividendos. 

Segundo o Governo Federal, aproximadamente 10 milhões de pessoas serão beneficiadas pela nova isenção, somando-se a outros milhões já isentos pelas mudanças anteriores de 2023 e 2024. 

O que fazer com a renda extra que vai sobrar todo mês? 

Aqui entra a parte mais importante para quem se preocupa com planejamento financeiro: a nova tabela do IR abre espaço para reorganizar o orçamento. Em vez de deixar a renda extra “escapar” em pequenos gastos, dá para usar esse alívio como ponto de virada. 

1. Monte ou fortaleça sua reserva de emergência 

Primeiro passo clássico e ainda super atual: 

  • Tenha de 3 a 6 meses do seu custo de vida guardados; 
  • Dê preferência a aplicações de baixo risco e alta liquidez, para sacar quando precisar (como alguns tipos de investimentos de renda fixa e produtos específicos ofertados pelas cooperativas de crédito). 

2. Invista pensando em objetivos de médio e longo prazo 

Com mais renda líquida, dá para: 

  • aumentar aportes mensais em investimentos; 
  • antecipar objetivos como compra de imóvel, carro, viagem, estudos, negócios; 
  • usar produtos como consórcios para planejar aquisições maiores sem entrar em dívidas caras. 

Cooperativas de crédito, como as do Sistema Ailos, costumam oferecer: 

  • investimentos com rentabilidade competitiva; 
  • opções isentas de IR ou com benefícios fiscais, como LCI, Poupança e Prevcoop); 
  • e soluções como consórcios para quem quer construir patrimônio aos poucos, de forma planejada. 

3. Reduza dívidas caras 

Se você tem dívidas com juros altos, como cheque especial, rotativo do cartão, empréstimos caros: 

  • usar parte da renda extra para amortizar essas dívidas pode gerar um ganho maior do que qualquer investimento; 
  • renegociações com taxa menor, troca de dívida cara por uma mais barata e planejamento de quitação entram aqui. 

4. Use a Cooperativa como parceira de planejamento 

Com a mudança na tributação, o cenário ficou mais vantajoso para quem recebe até R$ 7.350. Buscar orientação de especialistas ajuda a entender qual é o impacto exato no seu caso e escolher os melhores produtos para o seu perfil e objetivos. 

Organizar essa renda extra desde já, investindo, formando reserva, quitando dívidas caras ou iniciando projetos maiores, pode transformar a reforma do IR em um ponto de virada na sua vida financeira. 

E, se você é cooperado, esse é o momento ideal para conversar com a sua Cooperativa e construir, juntos, um plano para aproveitar 2026 com mais fôlego e mais futuro. 

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