• 13 de janeiro de 2023
  • 11 minutos

Gestão de cooperativas: o que é e como funciona?

11 minutos

A gestão de cooperativas é um recurso bastante eficiente quando se quer alcançar objetivos outrora estipulados.

Seja qual for o ramo da cooperativa, a gestão eficiente, realizada por um bom líder, pode ser a mola propulsora para novas oportunidades. 

Inclusive, é importante mencionar que esse setor é um dos que mais cresce, principalmente em momentos de crise, como durante a pandemia.

Para saber mais sobre o assunto, continue a leitura deste artigo e saiba o que é e como funciona a gestão de cooperativas.

Boa leitura!

O que é gestão de cooperativas?

Antes de entender o que é gestão de cooperativas e como fazê-la, é fundamental compreender as raízes do cooperativismo.

Afinal, ele é um sistema social e econômico que se originou a partir da necessidade de solucionar problemas da economia.

Atualmente, o cooperativismo brasileiro abarca 13 ramos distintos da economia, são eles:

  • infraestrutura;
  • agropecuário;
  • saúde;
  • educacional;
  • consumo;
  • produção;
  • habitacional;
  • turismo;
  • crédito;
  • transporte;
  • mineral;
  • especial;
  • trabalho.

Logo, para que todos os tipos sejam atendidos de forma eficaz, a gestão de cooperativas se torna essencial.

Portanto, a gestão de cooperativas é a aplicação de tecnologias e métodos específicos para gerenciar os mais variados setores organizacionais.

Dessa forma, será possível promover um ambiente de trabalho mais justo, participativo e, logicamente, democrático.

Setor de cooperativas

Falar sobre a gestão de cooperativas é falar sobre o futuro do Brasil. Isso porque, o cooperativismo é um dos setores mais fortes na economia brasileira.

De acordo com os Dados do Cooperativismo Brasileiro, em seu Anuário Coop 2022, desenvolvido pelo Sistema OCB, esse é um setor promissor.

Isso porque, concentrando mais de 18 milhões de cooperados, os quais são reunidos em mais de 4.800 cooperativas, esse setor emprega mais de 490 mil pessoas no Brasil.

Vale ressaltar que, mesmo diante da pandemia, em que muitas empresas foram obrigadas a encerrar suas atividades, as cooperativas continuaram crescendo.

Inclusive, continuaram gerando oportunidades. Em 2021, esse setor ofertou mais de 490 mil empregos diretos - um aumento de 8% em relação a 2020.

Por conta disso, o setor de cooperativas é bastante promissor, pois, mesmo diante de cenários desafiadores, é uma mola propulsora da economia.

O que é considerado em uma gestão de cooperativas?

Agora que você já aprendeu o que é gestão de cooperativas e como anda o setor no Brasil, é importante conhecer mais a fundo.

Isso porque, na hora de implementar uma boa gestão, alguns fatores precisam ser levados em consideração.

Somente assim, você conseguirá enxergar os resultados positivos da implementação de uma excelente gestão de cooperativas.

Para te ajudar, elencamos 4 pontos extremamente necessários para uma gestão eficiente realizada em uma cooperativa. Confira!

Gerenciamento de setores

Qualquer empresa funciona como se fosse um organismo vivo. Com as cooperativas, isso não poderia ser diferente.

Assim, no lugar de órgãos, tecidos e células, temos uma estrutura formada por diversos setores, os quais precisam estar em constante sinergia.

Dessa forma, um dos aspectos fundamentais que precisa estar inserido no planejamento da gestão de cooperativas é o gerenciamento de setores.

Afinal, quando uma cooperativa é bem delimitada, seus processos operacionais se tornam mais eficientes, ágeis e produtivos.

Por isso, é importante saber que esse fator contribui (e muito!) para que uma cooperativa alcance melhores resultados.

Manutenção de um espaço justo e democrático

Ter uma cooperativa bem-estruturada é sinônimo de ter um espaço justo e democrático. Por isso, esse é um dos fatores mais importantes.

Além disso, uma gestão democrática é um dos princípios do cooperativismo. 

Assim, os membros de uma cooperativa são guiados pela responsabilidade da atuação conjunta de todos os membros.

Aqui, a gestão de cooperativas se faz, mais uma vez, necessária. Isso porque, ela irá garantir que haja um espaço plural, justo e democrático.

Inclusive, é importante ressaltar que a criação de um espaço democrático está para além das aplicações tecnológicas. 

Para isso, é necessário que todos entendam sua função dentro de uma cooperativa e, juntos, consigam alcançar os objetivos almejados.

Participação dos cooperados

Como dito anteriormente, a construção de um espaço digno, em que haja justiça e democracia, vai além da utilização de sistemas.

Sim, aplicar a gestão de cooperativas para o sucesso desse setor é, sem dúvidas, fundamental.

No entanto, saber ouvir os cooperados é mostrar que todos estão remando para o mesmo objetivo. 

Vale ressaltar que é justamente nas assembleias que o processo decisório, bem como o futuro da cooperativa, são avaliados e discutidos.

Logo, a participação ativa dos cooperados é um fator que precisa, sim, ser levado em consideração para a gestão de cooperativas.

Afinal, são os interesses da coletividade que estarão em pauta nas reuniões gerais e extraordinárias das cooperativas.

Desenvolvimento da cooperativa

Por último, mas não menos importante, é o que diz respeito ao desenvolvimento da cooperativa. 

Afinal, o maior objetivo de uma gestão de cooperativas é que ela evolua e alcance seus objetivos e demais resultados.

Inclusive, você já percebeu o impacto que ela possui na sociedade, não é mesmo? 

Logo, é inteligente quando medidas para o seu desenvolvimento são aplicadas. Por isso que existe a gestão de cooperativas.

Como funciona uma cooperativa?

A Política Nacional de Cooperativismo, por meio da Lei nº 5.764/71, estabelece o funcionamento dessas organizações.

Assim, por ser de livre associação entre membros de uma mesma atividade econômica, não existe hierarquia. 

Isso porque, todo o processo decisório, como mencionado anteriormente, é realizado em assembleias de forma democrática e coletiva.

Além disso, por não possuir lucro, a legislação vigente garante alguns benefícios às sociedades cooperativas, como a isenção de certos impostos.

Diga-se de passagem, isso é importante porque possibilita a formação de cooperativas por grupos que possuam modestos recursos financeiros.

A seguir, analisamos alguns princípios do cooperativismo. Confira!

Livre associação de trabalhadores

A adesão livre e voluntária de trabalhadores é um dos princípios que fundamentam as cooperativas.

Afinal, elas são organizações livres e que estão abertas para receber aqueles que se encontram aptos a, além de usar seus serviços, assumir, como membros, a responsabilidade social - sempre pensando no coletivo. 

Assim, tanto o ingresso quanto a consequente permanência de determinado membro na cooperativa depende única e exclusivamente do próprio interessado. 

Inclusive, esse princípio cria um paralelo com o que se entende por gestão democrática. Afinal, ninguém pode ser compelido a estar ou ficar em uma sociedade.

Aqui, notam-se os valores da liberdade e da igualdade, amplamente difundidos e assegurados em uma cooperativa.

Foco nas necessidades econômicas dos cooperados

Outro ponto que também merece destaque na hora de estabelecer os pilares de uma cooperativa diz respeito ao foco nas necessidades econômicas dos cooperados.

Para isso, é necessário que se desenvolva o Estatuto da Cooperativa. Documento este que irá pautar, entre outras diretrizes, como será a devolução de sobras que foram registradas aos cooperados.

Porém, no caso de prejuízos, como o rateio de determinadas perdas será apurado. 

Afinal, seja qual for o tipo de cooperativa, a distribuição dos resultados econômicos se dá por meio do capital que foi investido pelos membros da cooperativa.

Autonomia

As cooperativas também são conhecidas como organizações autônomas, as quais são controladas por seus próprios membros.

Até podem firmar certos acordos com outras instituições, inclusive públicas, porém, essas parcerias devem ser feitas de forma que um controle democrático pelos membros seja assegurado.

Assim, a autonomia da cooperativa se mantém sólida. Afinal, ela é uma iniciativa que foi concebida pela reunião de esforços dos quadros sociais (membros).

Participação econômica e em decisões

A participação econômica é outro princípio do cooperativismo. Isso porque, são os membros que contribuem para o capital de suas cooperativas.

Porém, parte desse capital é considerado propriedade comum da organização, normalmente.

Dessa forma, habitualmente, os membros podem receber uma remuneração sobre o capital integralizado, caso haja condição de assim fazê-lo. 

O excedente é direcionado a outras finalidades, tais como:

  • desenvolvimento da cooperativa;
  • retorno aos sócios na proporção de suas transações com a organização;
  • demais atividades aprovadas pelos cooperados.

Assim, além de operar a cooperativa, por serem os donos da organização, os cooperados precisam contribuir para o capital.

Inclusive, a tomada de decisão, como já mencionado, também parte de forma conjunta dos membros da cooperativa - sempre tendo o coletivo como prioridade.

Intercooperação

Sem dúvida, as cooperativas são mais eficientes para os seus cooperados e sustentam de forma mais constante esse movimento quando há o trabalho em conjunto.

Assim, a intercooperação é um trabalho realizado por meio de estruturas internacionais, nacionais, regionais e, principalmente, locais.

Esse princípio é importante porque garante um formato organizacional que permite um ganho maior de escala.

Afinal, mesmo que de forma indireta, há um aumento na força conjunta de trabalho e uma economia de recursos, gerando, assim, solidez aos processos.

Qual é o papel de um líder na gestão de cooperativas?

Toda boa gestão precisa de um bom líder, não é mesmo? Para a gestão de cooperativas, setor tão importante para a economia brasileira, isso não seria diferente.

Afinal, ele irá guiar a equipe para que os objetivos sejam alcançados, projetos sejam desenvolvidos e realizados etc. 

Assim, ele precisa estar atento a todos os pontos fortes e fracos de uma cooperativa. Dessa forma, será possível identificar quais precisam de atenção.

Isso porque, todos os recursos despendidos para o aprimoramento e consequente desenvolvimento das cooperativas serão recompensados.

Abaixo, separamos alguns pontos inerentes à função de um bom líder para uma ótima gestão de cooperativas. Veja!

Administrar e criar atividades para a cooperativa

Quando as atividades se tornam repetitivas, a adesão fica, sem dúvidas, prejudicada. Isso porque, parece não haver um incentivo para o seu desenvolvimento.

Um bom líder, por outro lado, é aquele capaz de entender o momento atual da cooperativa e, assim, propor soluções que venham mudar esse cenário.

Como? Por meio de atividades que venham promover o desenvolvimento da organização, bem como de todos os seus membros. 

Inclusive, ele não irá apenas propor atividades. Ele irá administrá-las para que elas atinjam seus objetivos. 

Logo, por meio da mensuração dos resultados dessas atividades, será possível observar quais estão surtindo algum efeito - positivo ou negativo - e ajustar de acordo com a necessidade da cooperativa.

Fomentar o desenvolvimento do projeto

O líder também será responsável por fomentar o desenvolvimento do projeto. Assim, auxiliará na criação de oportunidades para sua implementação.

Pode parecer uma tarefa complexa. Porém, se bem elaborada, os resultados positivos serão vistos de forma bastante natural.

Por isso, é importante que sempre haja o processo de desenvolvimento de bons líderes, os quais irão realizar a gestão de cooperativas de forma eficiente. 

Isso porque, apenas quando se entende a causa e o propósito de uma organização, é que os valores são sustentados e perpetuados.

Aplicar novos métodos e tecnologias

O mundo está evoluindo! Dessa forma, quem não estiver minimamente preparado e conectado para essa novidade, ficará para trás. 

Essa cultura vem sendo implementada nas empresas ao longo dos últimos anos. Isso porque, a tecnologia está alcançando lugares cada vez mais remotos.

Se as empresas precisam investir nessas soluções, por que não as cooperativas?

E o papel de identificar quais métodos e tecnologias devem ser adotados por cada organização é do líder, claro que em comum acordo com os demais membros.

Representar a cooperativa e seus membros

As cooperativas são entidades formadas por pessoas que possuem o mesmo objetivo econômico. 

Porém, com tantas reivindicações e planos negociais, faz-se necessária a figura de um líder que consiga representar tanto a cooperativa quanto seus membros. 

Para isso, ele precisa saber articular e negociar, sempre em consonância com o que foi acordado em reunião com os demais membros.

Lembrando: ele não possui poder absoluto. Ele foi eleito por voto para representar seus membros em diferentes questões e assegurar a democracia no espaço das cooperativas.

Assim, ele será o porta-voz das necessidades e atribuições da organização, justamente para que sua autonomia também seja preservada.

Conclusão

Diante do conteúdo apresentado, você conseguiu perceber a importância do setor para a economia brasileira.

Afinal, foram mais de 490 mil oportunidades subsidiadas pelo cooperativismo, apenas no Brasil. Por isso, esse tema sempre será relevante!

No entanto, para que o setor continue crescendo, faz-se necessária a aplicação de uma gestão de cooperativas.

Isso porque, com ela, será possível assegurar todos os benefícios que essa instituição, por lei, possui, como um ambiente demcorático e justo e plena autonomia.

Além disso, é fundamental que haja um líder, eleito por meio dos votos dos membros da cooperativa, que vista a camisa da organização e represente seus membros. 

E aí, gostou do conteúdo de hoje? Se sim, você também gostará de aprender mais sobre livros sobre cooperativismo. Confira!

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