Você já ouviu falar em economia colaborativa? Ao ouvir este termo, muitas pessoas logo pensam que se refere a Organizações Não Governamentais (ONGs) ou outras sem fins lucrativos.
Mas o que elas não sabem é que a economia colaborativa é algo totalmente diferente. Mesmo assim, ela pode ser vista no dia a dia de todos, em pequenos e grandes cenários.
Diante disso, surgem diversas questões, como:
- Como esse modelo funciona na prática?
- Quais são seus pilares?
- Quais as vantagens dessa modalidade?
- E como implementá-la?
Todas essas perguntas serão respondidas no artigo de hoje! A equipe Ailos desenvolveu este conteúdo completo, com tudo o que você precisa saber sobre economia colaborativa. Continue a leitura e confira!
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O que é economia colaborativa?
Economia colaborativa é a maneira mais consciente e sustentável de solucionar problemas comuns a um grupo.
Esse novo modelo de negócios é extremamente poderoso, já que une as pessoas em busca da solução de um problema coletivo.
Nessa modalidade, o individualismo dá lugar a aquisição de produtos ou serviços compartilhados, que serão usados por mais de uma pessoa ou empresa.
As vantagens são inúmeras para todos os que participam da iniciativa — tanto em termos financeiros, como redução de custos e desperdício, quanto em termos ambientais e sociais, promovendo o consumo consciente e equidade.
Como funciona na prática?
Um bom exemplo de empreendimento que usa a economia colaborativa hoje, e que é o maior sucesso, é o Uber. Nele, apenas um veículo é usado para transportar diversos passageiros.
Por isso, ele conta com preços acessíveis e justos, sem fazer distinção de classe ou gênero, além de promover a otimização da mobilidade urbana.
A empresa contribui para que menos pessoas precisem comprar seus próprios automóveis, impactando a sociedade e o meio ambiente, com redução da emissão de gases poluentes.
Em termos financeiros, a iniciativa também se mostra um sucesso. Segundo a revista Valor Investe, apenas no quarto trimestre de 2021 a Uber teve um lucro líquido de mais de US$890 milhões!
A economia colaborativa no dia a dia
Mas não só de grandes resultados e cases de sucesso a economia colaborativa é feita! Não precisamos ir muito longe para encontrar bons exemplos ao nosso redor.
Essa metodologia é vista em ações simples, como a união dos moradores de um condomínio para criar uma horta comunitária, por exemplo.
Ou ainda, quando pais com crianças que estudam na mesma escola se revezam para levar e buscar os pequenos, se unindo para um objetivo comum.
Mesmo antes da internet e a digitalização tomarem lugar, a economia colaborativa já se aplicava. Basta pensar nas bibliotecas comunitárias, onde cada um doava um livro para que outros pudessem se beneficiar.
Quais são os três elementos da economia colaborativa?

Existem 3 modalidades ou elementos da economia colaborativa. Eles existem para especificar e agrupar ações parecidas, que são classificadas de modo semelhante. São eles:
Sistemas compartilhados de produtos e serviços
Nessa categoria, o usuário não precisa pagar pelos itens, mas sim pelo uso deles. Para ficar mais claro, basta considerar o exemplo do Airbnb — você não precisa comprar a casa ou apartamento, apenas pagar pelo uso, conforme o tempo que utilizará.
Essa estratégia de uso compartilhado é muito difundida em vários segmentos de mercado como:
- mobilidade: também conhecido como “carsharing”, pelo aluguel de carros e automóveis durante um tempo, sem precisar comprá-los. Aqui, podemos citar iniciativas como Blablacar e 4Rent;
- moda e vestuário: o setor têxtil é um dos que mais poluem e impactam o meio ambiente. Por isso, iniciativas de aluguel e compartilhamento de peças são bem-vindas para desestimular o consumo descontrolado. Alguns exemplos são a Clorent e Roupateca;
- espaços de coworking: ao invés de comprar ou alugar um espaço individual para trabalhar, você pode usufruir de espaços compartilhados a preços mais acessíveis e infraestrutura completa. Você pode contar com empresas como Hus e BSB.
Todas essas são opções de compartilhamento que podem beneficiar grupos inteiros, permitindo a otimização de recursos, consumo consciente e bons resultados financeiros.
Basta identificar quais necessidades você precisa que sejam atendidas e procurar um sistema compartilhado que já exista. Se não existir, que tal criá-lo?
Redistribuição
O sistema de redistribuição é responsável por viabilizar a comercialização de produtos usados ou seminovos, que podem demandar mercados consumidores específicos.
Um exemplo é a distribuição de alimentos orgânicos ou livros usados em sites como Mercado Livre, Estante Virtual e Ebay.
Assim, é possível acessar bens de consumo por um preço mais em conta, com características de produto novo ou bem conservado. O consumidor se beneficia e o vendedor também, já que se desfaria do item.
Estilos de vida colaborativos
O estilo de vida colaborativo pode ser visto em diversos contextos: desde o aprendizado de idiomas até serviços de hospedagem. Tudo acontece na base da troca, com pessoas que têm interesses comuns.
Nem sempre é preciso comprar, em termos monetários, os serviços ou produtos. É muito comum a troca de favores.
Por exemplo:
- se você deseja aprender a falar francês, pode ter aulas gratuitas com um bom professor e “pagar” ensinando-o algo de seu interesse, como crochê ou yoga;
- ou ainda, se deseja fazer um mochilão gastando pouco, contando com hospedagem gratuita, pode se oferecer para a limpeza do local ou para outro serviço relacionado.
Até mesmo aplicativos e bases de dados podem se beneficiar com essa modalidade. A Wikipedia, maior enciclopédia livre do mundo digital, usa este princípio colaborativo: todos podem contribuir com informações validadas para torná-la ainda mais robusta.
O Waze, aplicativo de GPS e trânsito, também conta com a colaboração dos seus usuários. Assim, é possível identificar radares, pontos perigosos, sinalização de acidentes e registrar facilidades como restaurantes e postos de combustível. No fim, todos se beneficiam.
Todos esses exemplos provam a capacidade desse segmento na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A ação conjunta pode transformar realidades.
Quais os pilares da economia colaborativa?

Existem pelo menos 3 pilares principais da economia colaborativa que precisam ser considerados. A partir de uma análise dos 3, é possível identificar se um sistema ou uma iniciativa é realmente colaborativa. Eles são citados a seguir.
Pilar Social
Não é difícil entender que toda a sociedade é beneficiada com propostas compartilhadas. Por isso, o pilar social é o principal para caracterizar essa modalidade.
Antes de qualquer iniciativa financeira ou ambiental, as pessoas precisam ser priorizadas — o objetivo deve ser impactar vidas genuinamente, e não lucrar.
A sustentabilidade também faz parte desse pilar. Pensar na sociedade e no seu futuro, bem como seu impacto ambiental, é o segredo para desenvolver as soluções mais conscientes e responsáveis possíveis.
Pilar Econômico
Como consequência, a economia é otimizada, com propostas inovadoras e, consequentemente, financeiramente vantajosas.
O exemplo do Airbnb pode representar perfeitamente este pilar: além de pensar no bem-estar social, no grupo de viajantes e turistas, que pagam menos pelo compartilhamento de imóveis, a economia local também é positivamente impactada.
Assim, pelo menos 3 grupos são diretamente beneficiados:
- quem procura pelo serviço, como no caso das hospedagens, pagando menos;
- quem disponibiliza o recurso, ou seja, quem aluga a casa, ganhando um dinheiro extra;
- e quem intermedia o processo, que também lucra com a comissão por cada transação, como no caso da empresa Airbnb.
Pilar Tecnológico
Por fim, o pilar tecnológico é um dos mais recentes, que está em constante evolução. É através da tecnologia que todos esses projetos podem ser difundidos e atrair adeptos.
Ainda, ela ajuda a desburocratizar processos que, antes, eram demorados e inviáveis. Um exemplo é a comunicação.
Algumas décadas atrás seria necessário enviar telegramas ou fazer ligações caras para contatar possíveis clientes ou parceiros. Hoje, com apenas um clique isso é possível.
Quais as vantagens da economia colaborativa?

Você já deve ter percebido que as vantagens dessa modalidade são inúmeras. Mas, para tornar tudo mais claro, selecionamos as 3 principais. Confira:
Sustentabilidade
O consumo consciente é a principal pauta de muitas iniciativas de compartilhamento de bens.
Assim, desperdícios, descartes incorretos ou consumo exagerado são contidos, substituídos por novas soluções.
Tudo isso tem um impacto altamente positivo no meio ambiente! Recursos naturais e matérias-primas são usadas de modo justo.
Redução de custos
Como consequência da conscientização dos hábitos de consumo, a redução de custos também é viabilizada.
Imagine que, daqui a 3 meses, você participará de uma semana de show das suas bandas favoritas. Ao invés de alugar um apartamento com contrato tradicional de 3 meses ou mais, você pode contar com os imóveis compartilhados.
Ainda, para não comprar 7 novos looks completos para assistir aos shows, pode simplesmente contratar um sistema de aluguel de roupas.
Para se deslocar de casa até o local do evento, pode simplesmente pedir um uber ou contar com os aplicativos de carona compartilhada.
Por fim, para não gastar “rios” de dinheiro com a alimentação durante os shows, pode pedir um delivery ou combinar com amigos para um rodízio de alimentação na casa de cada um.
Compartilhamento de informações
Compartilhar informações é o que mantém o sistema em constante melhoria. Assim, ao usar os serviços, cada usuário terá sua contribuição única e exclusiva para tornar a experiência ainda mais completa e eficiente.
Essas informações podem ser base para o desenvolvimento de soluções ainda mais viáveis e inovadoras para preencher “gaps” do mercado.
Como implementar a economia colaborativa?

Implementar a economia colaborativa é mais simples do que parece. Você só precisará de 3 passos fundamentais: networking, experiência do usuário e tecnologia.
Networking
Para lançar uma nova solução no mercado, você precisa de pessoas dispostas a testá-la. Assim, sua rede de contatos será muito útil desde o momento de apresentação da ideia até a etapa de recolher feedbacks.
Caso você planeje implementar essa modalidade na sua empresa, é bom ter uma equipe com profissionais competentes. Eles devem estar dispostos a impulsionar o crescimento da empresa e contribuir com seus ideais.
Experiência do usuário
Durante o desenvolvimento, o objetivo deve ser garantir ao usuário a melhor experiência de uso possível, desde o primeiro contato.
Assim, investir em um bom design, onboarding, e equipe de suporte é o segredo para manter bons relacionamentos a longo prazo e construir uma legião de fãs da marca, que a promoverão naturalmente.
Tecnologia
A tecnologia viabilizará todas as características anteriores, selando o processo.
Ela contribuirá desde a comunicação com o cliente até a escolha de plataforma para desenvolver sua ideia.
Exemplos de economia colaborativa
No decorrer do artigo, citamos vários exemplos de economia colaborativa, de diversos segmentos e aplicações, como:
- Airbnb;
- Uber;
- Blablacar;
- 4Rent;
- Clorent;
- Roupateca;
- Hus;
- BSB;
- Mercado Livre;
- Estante Virtua;
- Ebay;
- Wikipedia;
- e Waze.
Ainda outros, caso deseje se aprofundar mais no tema, são:
- iFood;
- Enjoei;
- DogHero;
- Yellow Bike;
- OLX;
- e Rappi.
Conclusão
Neste artigo, você entendeu que economia colaborativa é um modelo de negócio extremamente vantajoso tanto para as empresas quanto para o meio ambiente e a sociedade.
Afinal, contribui para uma nação mais justa, que consome recursos naturais de modo consciente.
Também entendeu como aplicar essa modalidade na prática, independentemente do seu segmento de mercado.
Se você gostou deste conteúdo, também vai gostar de entender melhor como o cenário econômico impacta seus investimentos e conferir outros assuntos sobre educação financeira e afins.
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