Com tantos obstáculos econômicos dos últimos tempos, é compreensível que empreendedores de um mesmo setor unam suas forças para conseguirem superar as barreiras impostas pelo momento.
Em cenários instáveis, essa união é de extrema importância para o progresso de todos. Com isso, as práticas do associativismo e cooperativismo vem ganhando cada vez notoriedade no mercado.
Porém, mesmo que apresentem semelhanças, os dois conceitos de organização coletiva possuem diferenças consideráveis. Neste conteúdo, vamos esclarecê-las para você. Continue acompanhando a seguir!
O que é o associativismo?
O associativismo é um tipo de organização de grupos com interesses econômicos, auto sustentáveis e que visam atender necessidades e realizar objetivos em comum.
Podem ser compostas por duas ou mais pessoas, que visam defender os objetivos comuns de um segmento econômico ou comunidade. Estamos falando de uma organização de direito privado, sem fins lucrativos.
Sendo assim, o patrimônio das associações é formado por meio das contribuições de seus associados ou por doações de recursos via terceiros, conforme permitido na legislação — Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002.
Para simplificar, as associações consistem na livre organização de pessoas com o desejo de solucionar problemas em comum ou atingir metas estipuladas em conjunto.
Uma associação de produtores agrícolas, por exemplo, representa o setor no mercado ou oferece suporte técnico na produção.
Portanto, é válido afirmar que o associativismo se baseia na solidariedade, livre participação, cooperação e união em volta dos objetivos dos associados.
Entretanto, é importante destacar que todos os associados devem participar ativamente das atividades do grupo. Isso envolve a ocupação de cargos, manutenção das despesas e realização das tarefas propostas.
Veja os princípios do associativismo:
- Adesão voluntária e livre;
- Democracia na gestão;
- O patrimônio é social;
- Atuação sem fins lucrativos;
- Autonomia e independência;
- Educação, formação e informação;
- Desenvolvimento da comunidade.
Confira os objetivos comuns do associativismo:
- contribuir para o desenvolvimento de seus associados;
- aumentar o acesso à informação de seus associados;
- fomentar a atuação dos associados no mercado;
- elevar o poder de negociação dos associados junto a fornecedores e clientes;
- representar os associados em órgãos públicos e privados;
- diminuir riscos e despesas;
- incentivar a inovação e parcerias.
O que é o cooperativismo?
O cooperativismo é uma forma de organização de pessoas físicas ou jurídicas, reunidas por um interesse em comum, com o intuito de alcançar objetivos específicos que não poderiam atingir por conta própria.
Assim como as associações, as cooperativas são iniciativas sem fins lucrativos, de propriedade coletiva. Devem ser compostas por, no mínimo, 20 pessoas.
As cooperativas nascem a partir de finalidades que os cooperados têm em comum. Elas visam o desenvolvimento dos negócios e dos benefícios para os seus membros. De modo geral, trata-se de um movimento social e econômico entre indivíduos.
Concentra-se na cooperação, envolvimento dos cooperados e no desenvolvimento de atividades econômicas que buscam melhores acesso ao mercado. Seu maior intuito é oferecer um ambiente favorável aos negócios.
Para que isso aconteça, é preciso que, no cooperativismo, haja responsabilidade, igualdade, democracia, solidariedade, compartilhamento de ideias e, acima de tudo, transparência na gestão.
O grande símbolo do cooperativismo é um círculo amarelo com dois pinheiros dentro, representando cooperação e união. Segundo a legislação brasileira, trata-se de um dos maiores movimentos organizados do mundo, com grande participação no país.
O órgão responsável por fomentar e defender o sistema cooperativista é a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). Ao todo, existem 13 setores que podem abrir cooperativas no Brasil, sendo eles:
- Agropecuária;
- Habitacional;
- Infraestrutura;
- Transporte;
- Produção;
- Saúde;
- Trabalho;
- Consumo;
- Educacional;
- Mineral;
- Crédito;
- Especial;
- Turismo e Lazer.
Da mesma forma que o associativismo, o cooperativismo também é regido por seus 7 princípios. São eles:
- Adesão livre e voluntária;
- Gestão democrática;
- Participação econômica;
- Autonomia e independência;
- Educação, formação e informação;
- Intercooperação;
- Interesse pela comunidade.
Como surgiu o associativismo?
A partir de seus conceitos, podemos afirmar que o associativismo existe desde os primórdios da humanidade, quando o homem notou que precisaria viver em grupos para se defender, cultivar e caçar.
Então, uma associação é formada sempre que indivíduos reúnem esforços em prol de um objetivo em comum. Seu intuito é de fortalecer a comunidade, proporcionar benefícios aos associados e solucionar problemas concretos.
Como surgiu o cooperativismo?
Depois de compreender os conceitos do associativismo e cooperativismo, vamos falar um pouco sobre a história do movimento cooperativista.
De acordo com os registros mais confiáveis, o surgimento da primeira cooperativa como a conhecemos atualmente, remonta à Inglaterra na metade do século XIX.
Nesse período, no auge da Revolução Industrial, um grupo de 28 operários tecelões decidiram abrir um armazém. Seus objetivos eram de obter melhores condições de trabalho e alimentação, que eram bastante escassas na época.
Para que todos conseguissem usufruir dos benefícios, os membros decidiram repartir os custos entre si. Poucos anos mais tarde, a cooperativa já tinha mais de 3 mil participantes.
No Brasil, o movimento ganhou força no fim do século XIX e no início do século XX, em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco. Hoje, as atividades de todas as cooperativas são regulamentadas pela Política Nacional do Cooperativismo.
Qual a diferença entre associativismo e cooperativismo?
Como você pode notar nos tópicos acima, existem diferenças e semelhanças entre o associativismo e cooperativismo. A primeira semelhança é que ambas são organizações sem fins lucrativos.
Quanto às diferenças, podemos destacar que a principal está em suas naturezas. Enquanto que o maior objetivo das associações é fomentar a assistência social, educacional, cultural e a representação política, o foco das cooperativas é puramente econômico.
Seu intuito é o de tornar viável negócios produtivos dos associados no mercado, bem como atividades comerciais em média e grande escala. Veja mais abaixo outros fatores que diferenciam esses dois movimentos.
Posse
Nas cooperativas, os cooperados são tanto donos, quanto beneficiários dos ganhos da organização. Já nas associações, os associados não são proprietários da organização.
Ganhos
Nas cooperativas, as sobras das atividades comerciais podem ser distribuídas proporcionalmente entre os cooperados, por meio de uma assembleia geral dos cotistas.
Por outro lado, nas associações, todos os ganhos devem ser direcionados para a sociedade e não para seus membros.
Patrimônio
Outra diferença entre o associativismo e cooperativismo é sobre o patrimônio. Nas cooperativas, ele é utilizado para beneficiar os próprios cooperados.
No caso das associações, o patrimônio acumulado deve ser direcionado para outras organizações semelhantes, em caso de dissolução, conforme previsto na legislação.
Valores
Nas cooperativas, há o repasse dos valores resultantes do trabalho realizado pelos cooperados ou da venda de produtos entregues na cooperativa. Já nas associações, muitas vezes, os membros nem são os beneficiários do trabalho realizado pela organização.
Representação
Tanto as cooperativas, quanto as associações podem representar seus participantes em ações coletivas de seu interesse, por meio de federações ou confederações.
Constituição
Conforme já citamos anteriormente, uma associação pode ser formada por duas ou mais pessoas. Já uma cooperativa, requer o mínimo de 20 indivíduos.
Legislação
Ambas as organizações estão regulamentadas na legislação. As normas que orientam as cooperativas estão descritas na Constituição (Art. 5, de XVII a XXI e Art. 174, §2º), na Lei do Cooperativismo e no Código Civil.
No caso das associações, as regras que as orientam também estão descritas na Constituição (Art. 5, de XVII a XXI e Art. 174, §2º) e no Código Civil.
Perguntas Frequentes sobre associativismo e cooperativismo:
Depois de aprender sobre o associativismo e cooperativismo, resolvemos mostrar as principais dúvidas sobre o assunto em um só local. Veja a seguir!
Quais os princípios do associativismo e do cooperativismo?
Conforme mostramos inicialmente, os princípios do associativismo são:
- Adesão voluntária e livre;
- Democracia na gestão;
- O patrimônio é social;
- Atuação sem fins lucrativos;
- Autonomia e independência;
- Educação, formação e informação;
- Desenvolvimento da comunidade.
Também citamos os 7 princípios do cooperativismo, que são:
- Adesão livre e voluntária;
- Gestão democrática;
- Participação econômica;
- Autonomia e independência;
- Educação, formação e informação;
- Intercooperação;
- Interesse pela comunidade.
O que há de igual entre o associativismo e cooperativismo?
Da mesma forma que explicamos mais acima, existem diferenças e semelhanças entre o associativismo e cooperativismo. No caso das semelhanças, podemos destacar:
- ambas são organizações sem fins lucrativos;
- podem formar confederações e federações para representar seus membros no mercado;
- são regulamentadas pela legislação, com normas na Constituição e no Código Civil.
Qual principal objetivo que diferencia associação e cooperativa?
Abordamos nos tópicos anteriores que a principal diferença entre as duas organizações está na sua natureza.
Enquanto que o maior objetivo das associações é fomentar a assistência social, educacional, cultural e a representação política, o foco das cooperativas é puramente econômico.
Seu intuito é o de tornar viável negócios produtivos dos associados no mercado, bem como atividades comerciais em média e grande escala.
Conclusão
Agora que você já compreende as diferenças entre o associativismo e cooperativismo, fica mais fácil explorar os benefícios que ambas instituições oferecem tanto para seus participantes, quanto para a comunidade na qual estão inseridas.