Para se desenvolver, uma nação depende bastante da sua economia, dos hábitos de seus cidadãos e da acessibilidade. Por isso, falar sobre inclusão financeira é algo indispensável para explorarmos o assunto.
Afinal, o tema diz respeito a inúmeras questões, como o poder de compra da população, sua qualidade de vida e até mesmo a realização de sonhos.
Nesse sentido, vamos detalhar seu conceito e como isso se relaciona com os problemas enfrentados pelo Brasil. Quer entender mais? Continue acompanhando o artigo a seguir!
O que é inclusão financeira
Inclusão financeira, nada mais é do que oferecer acessibilidade a produtos e serviços financeiros para a população.
Isso eleva a igualdade de oportunidades ao acesso a dinheiro físico, bem como serviços de poupança, depósito, transferências, crédito e outros.
Em tese, a inclusão financeira se baseia em 4 pilares:
- oferecer acesso ao dinheiro físico;
- promover o contato entre instituições financeiras;
- agregar ao dinheiro físico o uso de serviços e produtos bancários;
- manter a qualidade e variedade de ofertas.
Promover o alcance ao dinheiro em espécie, está ligado ao alto índice de desbancarizados — pessoas sem conta bancária.
Quando um indivíduo possui uma conta bancária, ele ganha mais segurança e facilidades financeiras.
Ao investir parte de sua renda, por exemplo, ele tem altas chances de conseguir empréstimos, obtendo mais liberdade para movimentar seu dinheiro.
Pense no impacto positivo para a economia brasileira, se o dinheiro movimentado por desbancarizados — 800 bilhões em média — fizesse parte do sistema financeiro.
Por isso é tão importante falarmos sobre acessibilidade a produtos e serviços bancários. Populações afastadas dos grandes centros, encontram dificuldades em utilizar serviços com saques e depósitos, já que nem sempre há um banco ou cooperativa na região.
É nesse contexto que entram os caixas eletrônicos, por exemplo. O Banco24Horas tem investido ativamente nessa inclusão, instalando caixas em cidades pequenas, a fim de garantir que a população local tenha acesso a serviços básicos bancários.
Com isso, o número de transações realizadas no Banco24Horas aumentou 10% desde 2019. Isso, somado à inovações tecnológicas, possibilitam mais inclusão financeira.
Pontuação dos Bancos em Inclusão Financeira
Na prática, os estudos sobre inclusão financeira visam avaliar se os principais bancos brasileiros têm políticas, serviços e produtos voltados para a população carente, além de MPMEs (Micro, Pequenas e Médias Empresas).
Além disso, também foram verificadas questões urgentes da sociedade, distribuídas em:
- temas transversais: mudanças climáticas, corrupção, igualdade de gênero, direitos humanos, direitos trabalhistas, meio ambiente e impostos;
- temas setoriais: armas, alimentos, florestas, setor imobiliário e habitação, mineração, óleo e gás e geração de energia;
- temas operacionais: direitos do consumidor, inclusão financeira, remuneração, transparência e prestação de contas.
Cada informação foi coletada a partir de dados públicos e questionamentos feitos diretamente para as instituições. Em uma escala de 0 a 10, o desempenho médio dos bancos ficou em 3,2%, ou somente 32% responsável.
Confira a pontuação das principais instituições:
- BNDES: 88%;
- Banco do Brasil: 85%;
- Santander Brasil: 81%;
- Bradesco: 81%;
- Caixa Econômica Federal: 77%;
- Itaú: 73%;
- Safra: 65%;
- BTG Pactual: 46%.
Em uma pesquisa mais recente, o BNDES — que não atende diretamente à população, mas foca em desenvolvimento — obteve a melhor pontuação, com 4,3.
Entre os bancos comerciais, o Santander obteve a colocação de 3,8, seguido do Banco do Brasil e Itaú, com 3,5. Esses resultados nos chamam atenção pela distância de um cenário ideal:
- dos bancos avaliados, nenhum chega perto de ter 30% de representação feminina em suas diretorias;
- boa parte das instituições não informaram sobre o número de supervisores e diretores negros que têm;
- vários bancos preocupados com o meio ambiente fornecem diretrizes específicas para seus setores relacionados, como mineração e petróleo;
- todos os bancos possuem políticas de sustentabilidade, mas que são voltadas para financiamentos, sem considerar diretrizes sobre os investimentos;
- os compromissos das instituições nem sempre são traduzidos em metas mensuráveis ou ações efetivas;
- apenas dois bancos divulgaram suas políticas sobre o financiamento de indústrias de armas;
- somente um terço dos bancos possuem políticas para lidar com questões de endividamento de seus clientes.
- apenas um banco exige que seu financiamento seja acompanhado da consideração do bem-estar animal.
Princípios da inclusão financeira
Para que a inclusão financeira obtenha sucesso, ela é desenvolvida a partir de alguns princípios. Conheça quais são eles logo abaixo.
Liderança
Incentivar o compromisso governamental com a inclusão financeira, a fim de ajudar no combate à pobreza.
Diversidade
Implementar políticas que incentivem a competição e a oferta de uma ampla gama de serviços bancários no mercado.
Inovação
Fomentar a inovação tecnológica e institucional para expandir o acesso e o uso do sistema financeiro, aprimorando a infraestrutura existente.
Proteção
Proteger o consumidor sob uma ampla perspectiva, considerando as responsabilidades do governo, prestadores de serviços e consumidores.
Capacitação
Investir no desenvolvimento educacional e capacitação financeira.
Cooperação
Estabelecer um ambiente organizacional com definições claras sobre responsabilidades e coordenação governamentais, além de encorajar parcerias diretas entre o governo, setor privado e outros.
Conhecimento
Melhorar a coleta de informações e o trabalho de dados, a fim de fortalecer a formulação política, mensurar o progresso e desenvolver o aprendizado sobre o tema.
Proporcionalidade
Exercer políticas e estruturas regulatórias proporcionais aos riscos envolvidos nos serviços.
Estrutura
Levar em consideração alguns fatores para o sistema regulatório, de acordo com as particularidades de cada nação:
- adoção de um regime combatente da lavagem de dinheiro, finaciamento de terrorismo, que saiba equilibrar os benefícios da inclusão financeira com os risocs relacionados aos produtos e meios de acesso;
- criar condições para o uso de agentes como mediadores entre instituições e os consumidores;
- desenvolvimento de um regime regulatório para o dinheiro eletrônico;
- criação de incentivos com base no mercado, para incentivar a interoperabilidade e interconexão das movimentações eletrônicas.
Como a bancarização e a inclusão financeira se relacionam?
Os dois assuntos caminham juntos. Em determinadas ocasiões, a população sem conta bancária é excluída de certas atividades, comuns aos bancarizados.
Para realizar uma compra parcelada, os estabelecimentos exigem os dados bancários do cliente. Além disso, lojas online nem sempre disponibilizam a compra via boleto.
Quando oferecem, há todo o processo de imprimir o documento e ir à uma lotérica, o que não é nada prático.
Com isso, é válido afirmarmos que as exclusão acontecem diariamente e nas pequenas ações. Quem está habituado com as facilidades de ter uma conta bancária, não se dá conta dessa realidade.
Sendo assim, a palavra de ordem é oportunidade. Ainda há um longo caminho a ser percorrido com a inclusão financeira.
Desafios da inclusão financeira no Brasil
A bancarização e a inclusão financeira estão diretamente relacionadas, como te mostramos acima. Ainda falta bastante para melhorar, pois a iniciativa enfrenta algumas dificuldades.
Falta de educação financeira
Atualmente, conversas sobre finanças e a relação com o dinheiro tem se tornado mais frequentes.
Entretanto, esse assunto costuma surgir apenas durante a fase adulta. No período escolar, a educação financeira é insuficiente.
É por essa razão que muitas famílias lidam com o endividamento, por exemplo. Por isso, o fomento à capacitação é um dos pilares da inclusão financeira.
Inacessibilidade ou insegurança aos serviços
Vimos nos tópicos acima que pessoas afastadas dos grandes centros contam com pouca infraestrutura e mínimo ou nenhum acesso a serviços bancários.
Para contornar essa situação, caixas eletrônicos vêm sendo instalados nessas regiões. Isso incentiva a circulação do dinheiro e o desenvolvimento da microeconomia local.
Por que as cooperativas de crédito podem gerar mais inclusão?
Quando falamos sobre inclusão financeira, bancos, fintechs e cooperativas de crédito possuem o mesmo papel: promover a acessibilidade financeira no Brasil.
Entretanto, as instituições bancárias ainda operam de forma burocrática e, por isso, se mantém atrás das fintechs e cooperativas nessa iniciativa.
No caso das cooperativas de crédito, sua maior vantagem começa nos fundamentos que as regem: solidariedade, liberdade, democracia, igualdade e equidade. São princípios guiados pelo desenvolvimento econômico e do bem-estar social.
Na prática, as cooperativas oferecem facilidade de crédito, rapidez do processo de adesão, taxas de juros altamente competitivas, atendimento personalizado e outras vantagens que incentivam a autonomia financeira, gerando desenvolvimento aos cooperados.
A partir dos princípios de cidadania e foco na comunidade, é notável o papel das cooperativas de crédito na promoção da inclusão financeira.
Conclusão
Neste artigo, você aprendeu sobre a importância da inclusão financeira para o desenvolvimento do país, bem como a qualidade de vida da população.
O primeiro passo é fazer com que as instituições financeiras atuem de forma colaborativa para oferecer soluções que cooperem com as necessidades da população.
Nesse sentido, conheça o Ailos: o sistema de cooperativas de crédito que acredita nos seus sonhos financeiros!
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