• 20 de setembro de 2022
  • 8 minutos

O que é consumo consciente? Entenda tudo sobre o assunto agora!

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O que é consumo consciente

O consumo global é desigual e está descontrolado. Segundo o Instituto Akatu, 80% do consumo no mundo é realizado por 20% da população. Isso gera impactos significativos no planeta e na qualidade de vida em geral. 

Sabemos que comprar é bastante gratificante. As pessoas ficam mais contentes e confiantes — de acordo com o levantamento do Havas Group. Entretanto, consumir sem pensar nas consequências é perigoso. 

Desse modo, é interessante aprender sobre o que é consumo consciente; algo que ultrapassa o conceito de comprar com planejamento. Veja mais detalhes a seguir!

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O que é consumo consciente?

Quando falamos em consumo consciente, as pessoas costumam pensar em alguém com bom autocontrole, que planeja cada compra e consome apenas o necessário. Trata-se de uma visão comum, mas que não está completamente exata. 

Inicialmente, citamos as pesquisas do Instituto Akatu e do Havas Group sobre o assunto. 

Além dessas organizações, o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) também fizeram um levantamento sobre o tema. 

De acordo com a pesquisa Consumo Consciente, 41% dos participantes do estudo associam o termo com atitudes que evitam compras desnecessárias e o desperdício.

Entretanto, o consumo consciente vai além disso, pois afeta tanto as finanças pessoais, quanto fatores sociais e ambientais.  

Características do consumo consciente 

Ainda com base na pesquisa do SPC Brasil e a CNDL, o consumo consciente envolve analisar, na aquisição de um serviço ou compra de um produto, qual é o ponto de equilíbrio entre a satisfação pessoal, os fatores ambientais, os efeitos sociais e financeiros, além dos impactos a longo prazo dessa decisão.

Na prática, o consumo consciente engloba questões mais profundas que somente pagar por algo e obter sua propriedade. Consiste na compreensão de toda uma cadeia de consumo e produção que faz parte de cada aquisição:

  • escolha e extração da matéria-prima;
  • instalação de uma indústria ou centro de compras e seus impactos;
  • regime de trabalho estabelecido pela organização e os meios de produção;
  • impactos sociais e ambientais gerados pelo uso do produto final.

A partir disso, fica mais claro que inúmeros pontos contribuem para uma compra ser mais ou menos consciente. 

O que é nível de consciência?

Outro estudo realizado pelo Instituto Akatu em 2018, o Panorama do Consumo Consciente no Brasil: Desafios, Barreiras e Motivações, classificou os comportamentos que os entrevistados declararam ter em diferentes níveis de consciência. 

Nessa pesquisa, os participantes citaram comportamentos que adotam sempre ou realizaram nos últimos meses. Com base nisso, foram classificados em:

  • indiferente (0 a 4 comportamentos): trata-se do indivíduo que adota atitudes conscientes movidas pela questão financeira — apaga as luzes para economizar, não devido aos impactos ao meio ambiente;
  • iniciante (5 a 7 comportamentos): trata-se do indivíduo que, além das atitudes em casa, também planeja suas compras com o objetivo de economizar;
  • engajado (8 a 10 comportamentos): trata-se do indivíduo que tem interesse em práticas sustentáveis, como planejar as compras de roupas e alimentos, além de procurar saber mais sobre os produtos e como descartar o lixo corretamente;
  • consciente (11 a 13 comportamentos): trata-se do indivíduo com ações conscientes, mas que também compartilha e defende atitudes que beneficiam o meio ambiente e as questões sociais, como indicar marcas socialmente responsáveis. 

Qual a importância do consumo consciente?

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Agora que você já entende o que é consumo consciente, precisamos falar da importância de discutirmos esse tema. 

Pensar sobre as consequências do consumo não é intuitivo, já que seus impactos ultrapassam as barreiras visíveis — conta de energia ou de água mais alta. Porém, é fundamental que façamos esse exercício. 

No livro Hidden Impact, a pesquisadora e designer holandesa Bebette Porcelijn aponta que o maior impacto ambiental não é aquele gerado pelos carros ou ar-condicionado das casas, mas pelos produtos que as pessoas compram — roupas, alimentos e eletrônicos.

De acordo com o livro, Babette indica que nos países como a Holanda e Estados Unidos, somente 1/4 da “pegada ecológica” — consequências ambientais de uma atitude — é detectável no dia a dia. 

O restante se localiza no ciclo de vida desses produtos, que envolve a extração de matéria-prima, produção, transporte e descarte. 

É bem fácil visualizar o quanto de energia se gasta para carregar um celular, por exemplo, mas é complicado entender o que existe por trás desse aparelho. A quantidade de metais usados em sua fabricação é algo difícil de estimar. 

Além disso, o livro indica que seriam necessárias 4,3 terras para sustentar o estilo de vida da população global até 2050. 

São todos esses fatores que reforçam a importância de pensarmos no consumo consciente como um meio para reduzir os danos causados no planeta. 

Quais os comportamentos de um consumidor consciente?

No estudo do Instituto Akatu sobre Consumo Consciente no Brasil, foram elencados cerca de 13 comportamentos conscientes na população:

  1. apagar as luzes em ambientes desocupados;
  2. fechar a torneira ao escovar os dentes;
  3. desligar eletrônicos que não estão em uso;
  4. não guardar alimentos quentes na geladeira;
  5. planejar a compra de alimentos;
  6. planejar a compra de roupas;
  7. pedir sempre a nota fiscal em cada compra;
  8. ler os rótulos dos produtos antes de comprá-los;
  9. utilizar o verso da folha de papel, sempre que possível;
  10. separa o lixo doméstico para reciclagem;
  11. compartilhar as informações obtidas sobre empresas e produtos;
  12. comprar produtos fabricados com material reciclado;
  13. comprar itens orgânicos.

Tais atitudes podem ser vistas como pequenas, mas representam como as pessoas enxergam o consumo e os impactos de suas ações na sociedade.

Qual a realidade do consumo consciente no Brasil?

Apesar de se tratar de um tema relativamente novo, o consumo consciente vem sendo cada vez mais discutido. Contudo, ainda há certa dificuldade em compreender seu conceito corretamente. 

Segundo o SPC e a CNFL, 41% das pessoas continuam associando o termo com a questão financeira. Por outro lado, 32, 1% entendem bem que o conceito envolve analisar as consequências de fazer uma compra, como os impactos ambientais e sociais para o mundo.

Além disso, na pesquisa, os consumidores precisam escolher uma nota entre 1 e 10 sobre seu comportamento — 1 “nada consciente” e 10 “muito consciente”. A nota média foi de 7,7. 

Entretanto, os dados desse estudo indicam que essa auto imagem não reflete a realidade. Afinal, 93,7% dos entrevistados assumiram ter dificuldades em aplicar práticas conscientes em seu dia a dia. 

Mas, qual a razão para essa diferença? Como grande parte da população relaciona o consumo consciente com adquirir somente o necessário, elas acreditam que são conscientes. 

Porém, ao adicionarmos outros fatores nesse equação, a realidade se mostra bem diferente. 

Cerca de 76% dos participantes do estudo foram classificados como “menos conscientes”. Isso porque, consideram mais as questões financeiras do que os impactos para o mundo. 

O que impede o consumo consciente?

O que é consumo consciente o que impede

Ainda sobre o que é consumo consciente, a pesquisa do Instituto Akatu deixa claro que os brasileiros se esforçam para seguir um caminho sustentável. Porém existem algumas barreiras nesse caminho. Os principais obstáculos são:

  • valor alto dos produtos sustentáveis;
  • dificuldade em encontrar informações sobre impactos ambientais e sociais do consumo;
  • mudança completa nos hábitos próprios e da família;
  • acesso dificultado aos produtos sustentáveis;
  • maior trabalho para manter uma vida consciente.

Outro grande obstáculo é a confiança. Os consumidores não acreditam que valha a pena mudar todo o comportamento de uma vida, sendo que as empresas e o governo não fazem o mesmo. 

Além disso, as pessoas entendem que teriam que abrir mão de pequenos prazeres para adotar esse estilo de vida, e não estão totalmente dispostos a isso. 

Todos podem adotar o consumo consciente?

Frente a tantos obstáculos, muitos se perguntam se o estilo de vida consciente é para todo mundo. Até porque, só é possível escolher o que se consome quando se tem liberdade para isso. Alguns números sobre o Brasil podem esclarecer esse ponto:

  • segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a renda domiciliar por pessoa em 2018 — período das pesquisas citadas aqui sobre o assunto — era de R$1.373,00, sendo que esse valor caía pela metade em alguns estados;
  • de acordo com algumas pesquisas, a diferença de preço entre produtos orgânicos e os tradicionais supera os 270%;
  • 43% da população termina o mês com as contas zeradas, segundo o SPC Brasil. Além disso, 33% não obtiveram recursos suficientes para arcar com todas as despesas.

Com isso, é quase injusto exigir de uma população que mal tem dinheiro para pagar as próprias contas, que consumam produtos mais sustentáveis. 

Por outro lado, mesmo quem não possui as ferramentas necessárias para adotar mudanças no orçamento, pode realizar ações menores, como organizar as compras e reutilizar embalagens e produtos. 

O importante é entender que, em um país com tamanha desigualdade social, não se pode esperar que todos os cidadãos pratiquem os mesmos comportamentos de consumo consciente. 

Como ter um consumo mais consciente?

O que é consumo consciente como ter

Para finalizar nosso conteúdo sobre o que é consumo consciente, vamos te mostrar algumas ações sustentáveis, que ajudam a  refletir sobre os próprios hábitos e compras:

  • planejar as compras;
  • analisar os impactos ambientais sociais do consumo;
  • adquirir somente o necessário;
  • reutilizar embalagens;
  • separar o lixo;
  • utilizar o cartão de crédito com responsabilidade para evitar dívidas;
  • aprender sobre as práticas de responsabilidade social e ambiental das empresas;
  • evitar a compra de produtos pirateados;
  • compartilhar informações sobre o consumo consciente;
  • refletir sobre os próprios valores.

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Conclusão

Agora que você já sabe o que é consumo consciente, percebeu que existem inúmeras formas de colocá-lo em prática. Sabemos que a realidade de cada indivíduo é diferente e, por isso, não precisa fazer tudo de uma vez. 

Escolha as ações que estiverem dentro do seu alcance e realize uma de cada vez até se tornarem um hábito em seu dia a dia. Cada atitude gera um impacto enorme.

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