SELIC: entenda mais sobre essa taxa e como ela afeta sua vida financeira

Entenda como a taxa SELIC influencia na sua vida financeira.
Conteúdo
    Add a header to begin generating the table of contents
    Receba conteúdos exclusivos
    Compartilhar post:

    Se você acompanha as notícias a respeito da economia, é muito provável que já tenha ouvido falar sobre a taxa Selic. Todos os economistas, investidores e empresários tendem a acompanhar sua movimentação. Isso porque ela afeta diversas áreas, principalmente o rendimento de certos investimentos e custo de produtos disponíveis no mercado.

    Mesmo para quem não faz grandes movimentações financeiras regularmente, essa taxa ainda pode afetar sua vida financeira de forma direta e indireta. Entender como ela funciona e como ela é aplicada no seu dia a dia é uma boa maneira de guiar algumas de suas decisões financeiras, especialmente aquelas que exigem um comprometimento a longo prazo, como aquisição de imóveis ou investimentos.

    Por isso, vamos explicar tudo sobre a taxa Selic. Como ela funciona, como é feito seu cálculo, entre outras informações relevantes a respeito. Acompanhe.

    O que é taxa SELIC?

    De forma geral, a Selic é a taxa básica de juros estabelecida pelo governo, sendo referência para as demais taxas de juros usadas no Brasil. Isso significa que, quando a Selic tem uma flutuação de valor, o valor de todas as outras taxas também se adapta de acordo.

    “Selic” é uma abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia. A taxa Selic, por sua vez, é os juros cobrados na negociação de títulos públicos dentro desse sistema.

    Apenas o Banco Central e outras instituições financeiras têm permissão de negociar nesse sistema. Pessoas físicas e empresas de outros segmentos não podem comprar nem vender esses títulos.

    Como a SELIC funciona?

    Mesmo com o dinheiro arrecadado pelos impostos, o poder público quase nunca tem a quantia o suficiente para custear todas as suas atividades. Assim, uma das alternativas para balancear este cenário é o uso de empréstimos do Tesouro Nacional.

    Outro fator envolvido aqui é a regulação da inflação e da movimentação nessas instituições. Por lei, todas devem fazer um depósito em uma conta do Banco Central para cada movimentação financeira que realizam. Como bancos fazem centenas de movimentações todos os dias, esse valor final costuma ficar desalinhado com o que é esperado pelo Banco Central. Para corrigir isso, são feitos empréstimos com outros bancos, oferecendo esses Títulos Públicos como garantia.

    Nesses casos específicos, os bancos utilizam a chamada Taxa Selic Over, que se aplica somente a empréstimos entre instituições financeiras nos quais os títulos são usados como garantia. A taxa Selic que é mais usada e da qual estamos falando neste artigo é a Taxa Selic Meta.

    Como a SELIC é calculada?

    Diferentemente das outras taxas de juros, que são todas derivadas da taxa básica, a taxa Selic deve servir de base para as demais. Desta forma, quem define o valor da taxa é o Copom, o Comitê de Políticas Monetárias.

    Esse é um órgão que foi criado em 1996, criado para definir decisões de política financeira mais consistentes e transparentes, além de estabelecer uma regularidade para essas mudanças. Esse comitê se reúne uma vez a cada 45 dias e, com base em uma análise do mercado, da circulação de juros e das metas para diferentes taxas, eles definem se a taxa Selic terá um aumento, uma queda ou se continuará estável.

    Como a economia é, por natureza, fluida, os valores de todas as coisas precisam se ajustar de acordo. O mesmo se aplica ao valor de diferentes taxas, especialmente aquelas que proporcionam mais movimentação de recursos e têm maior influência sobre a inflação.

    O que influencia a SELIC?

    A intenção é fazer com que o dinheiro continue circulando em vez de ficar estagnado, que seria o cenário mais negativo para a economia. Para viabilizar essa decisão, o Copom realiza uma reunião em duas etapas. Tudo começa com uma análise do cenário econômico levando em consideração diversos pontos:

    • nível de atividade econômica (indústria, varejo, consumo, dívidas, etc.);
    • nível de inflação;
    • número de importações e exportações;
    • perspectiva de crescimento;
    • taxa de câmbio;
    • taxa de juros externa.

    Na segunda etapa, os membros do comitê se reúnem em um local fechado e estudam esses dados. Com base em seus resultados, são estabelecidas metas econômicas e, no final, é votado qual será o valor da taxa Selic meta pelos próximos 45 dias.

    Taxa SELIC mensal e acumulada

    Outro ponto que causa bastante confusão em investidores e no público em geral é o uso da taxa Selic mensal e da taxa Selic acumulada em diferentes contextos, tanto de análise quanto de cálculo. Porém, a diferença entre as duas é bem mais simples de entender e articular do que se imagina.

    A taxa Selic mensal é, essencialmente, a Selic meta, o valor que essa taxa de juros assume mês a mês, o qual deve ser usado como referência para o cálculo de outras taxas de juros em investimentos financeiros e empréstimos. Basta consultá-la regularmente para saber seu valor.

    Já a taxa Selic acumulada é um cálculo feito no encerramento do ano financeiro, em que todas as taxas Selic mensais daquele ano são somadas para determinar qual foi a taxa acumulada daquele período. Essa é uma forma de manter as variações nesse valor sob controle e ter um indicativo de qual foi a performance e direcionamento econômico naquele ano.

    A importância da taxa SELIC

    Uma dúvida relativamente comum na população é: por que dar tanta importância a essa taxa? Qual é a importância dela para a economia e como isso afeta as pessoas no dia a dia? Mais uma vez, é algo difícil de responder sem entrar em muitos detalhes ou no jargão econômico.

    Inflação

    A forma mais simples de descrever isso seria dizer que é uma taxa usada para controlar a inflação, que é a perda de valor do dinheiro associada a um aumento de oferta que não é acompanhado por um aumento na demanda. Pense que, se houvesse muito mais diamantes no mundo e todos tivessem uma dúzia, eles não seriam preciosos.

    O mesmo se aplica ao dinheiro. Se há mais dele em um espaço do que seria necessário para trocar mercadorias, ele perde parte do seu valor, até encontrar um ponto de equilíbrio.

    A maioria dos governos promove uma inflação mínima anual para incentivar os consumos. Se o dinheiro apenas perde valor com o tempo, há mais benefícios em gastá-lo agora e manter a roda da economia girando. Porém, se a inflação for muito intensa, a maior parte da população, especialmente de menor renda, não terá suficiente para cobrir seus gastos.

    Deflação

    A deflação é, basicamente, o inverso da inflação. Em vez de uma queda de valor devido a menor demanda, há um aumento de valor devido a maior oferta. À primeira vista, isso parece ótimo. A moeda se valoriza e você pode comprar mais com ela, certo? Sim, e não.

    Na prática, quando ocorre um cenário de deflação, aqueles que têm dinheiro guardado, tanto indivíduos quanto empresas e instituições financeiras, tendem a mantê-lo guardado em vez de gastar, esperando até que ele atinja o máximo possível de valor. Isso leva a uma estagnação econômica. E, sem circulação de valor, não há pagamento de salários, transferência de mercadorias etc.

    É possível criar cenários curtos de deflação com a intenção de corrigir um período de forte inflação. Porém, se isso se prolongar, é possível que mais danos sejam causados à economia, como interrupção na cadeia de produtos fundamentais, incluindo alimentos, roupas e afins.

    O que ocorre se a taxa é muito alta?

    Pegando a deixa dos pontos anteriores, o que acontece se o Copom deixar a taxa Selic alta por mais tempo?

    O esperado é que, com a taxa alta, o acesso a crédito, como empréstimos e financiamento, seja reduzido. Isso diminui sua demanda e obriga as instituições financeiras a diminuírem o preço de suas ofertas.

    Essa é uma tática comum do Copom para controlar o avanço da inflação ou, se continuar de forma prolongada, até gerar um cenário de deflação.

    O que ocorre se a taxa é muito baixa?

    O que acontece quando a taxa Selic fica reduzida por mais tempo? Essencialmente, o inverso do cenário anterior.

    Taxas mais baixas são uma oportunidade para realizar várias negociações e ter menor incidência de juros, o que incentiva empresas, bancos e a população geral a fazer mais transações. Instituições financeiras podem negociar mais Títulos Públicos e pessoas físicas podem fazer mais compras a prazo, pegar empréstimos, buscar financiamento etc.

    Isso tudo aumenta a quantidade de dinheiro em circulação no mercado, considerando uma desvalorização gradual da moeda e criando inflação. Porém, também é algo que leva ao aquecimento da economia, o que será mais positivo a longo prazo.

    O que ocorre se a taxa não muda?

    Algumas pessoas podem olhar essas mudanças na taxa Selic e pensar “então, por que não deixar a taxa fixa em um valor que seja bom para todos?”. Infelizmente, se fosse algo tão simples, não seria necessária a criação do Copom.

    Como já mencionamos, a economia é fluida e está em constante mudança. Quando um novo produto entra no mercado, há uma mudança na demanda da população ou quando ocorre algum desastre que drena e redireciona recursos públicos e privados, a circulação de bens e de dinheiro também acompanha.

    Como resultado, é importante fazer mudanças regulares para poder contrabalancear esses eventos. Uma taxa que é equilibrada hoje em termos de compra e venda pode se tornar muito alta ou baixa se a economia mudar nos próximos anos. Se o Copom tem um a intenção de conter a inflação por exemplo, em algum momento será necessário mudar os valores para evitar um cenário de deflação.

    Investimentos afetados pela Selic

    Qualquer que seja o direcionamento estabelecido pelo Copom, o mais importante para cada pessoa é entender quais são as consequências esperadas. O principal foco está nos investimentos que são mais afetados por mudanças na taxa Selic.

    Veja aqui os quais são eles e como você pode acompanhá-los melhor.

    1. Tesouro Selic

    Esse é um título cuja rentabilidade é indexada diretamente à taxa Selic. Sendo assim, quando ela sobe, a rentabilidade do título sobe e vice-versa. Por isso que o melhor momento para investir nesses títulos é quando a taxa está para subir.

    2. Caderneta de Poupança

    Esse é o método de investimento mais comum no Brasil, o qual tem baixa rentabilidade, que é principalmente usada como um adicional para quem pretende economizar e acumular dinheiro. Se a taxa Selic está em 8,5% ou mais, a poupança rende 0,5% ao ano. Se estiver abaixo de 8,5%, então rende 50% do valor atual da taxa Selic.

    3. Renda Fixa

    Renda Fixa” é um termo geral usado para descrever uma série de investimentos, como LCIs, LCAs e CDBs. Eles são baseados no Certificado de Depósitos Interbancários, ou CDI, que é outro índice atrelado à taxa Selic. Sendo assim, o valor desses fundos sobe ou desce seguindo a taxa.

    Como podemos concluir, a taxa Selic impacta — e muito — suas decisões financeiras. Esperamos que, com este conteúdo, você consiga avaliar as melhores decisões e alcançar seus objetivos!

    E que tal aprender ainda mais sobre investimentos, cooperativismo de crédito e todos os temas necessários para você ter autonomia e segurança nas operações? Aproveite e leia outros conteúdos disponíveis aqui no blog.

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    Destaques Ailos

    Rolar para cima

    Receba conteúdos exclusivos

    Fique sempre atualizado com as principais novidades do universo financeiro e do cooperativismo!
    Pular para o conteúdo