Educação financeira infantil: como e por que incentivar? Entenda agora!

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    Quando o assunto é lidar com o dinheiro, imediatamente pensamos na figura do adulto e seus inúmeros boletos, não é? 

    Contudo, esse tema não é exclusividade dos maiores de 18 anos, mas algo que deve ser abordado em todas as idades. 

    Nesse aspecto, a educação financeira infantil vem ganhando força nos últimos anos; não somente nas residências, mas também no ambiente escolar em todo o país. 

    Com esse tema em mente, preparamos o conteúdo a seguir para explorar o que há por trás desse movimento educativo, sua importância e como adotá-lo em sua rotina familiar. Confira!

    Conheça a turminha Ailogs! Uma forma lúdica de falar sobre educação financeira com as crianças!

    Educação financeira infantil: qual a importância?

    É no ambiente familiar que se deve começar a construir uma relação saudável com o dinheiro. Com isso, os pequenos se tornarão indivíduos capazes de enfrentar as dificuldades da vida adulta. 

    Na prática, as crianças aprendem desde cedo a necessidade de preservar o dinheiro, como evitar o endividamento e priorizar a segurança para atingir seus objetivos.

    Entretanto, sabemos que o assunto ainda é um “tabu” em muitas famílias. Afinal, nossa sociedade costuma encarar o tema como algo constrangedor. 

    Para contornar esse cenário, é fundamental que o assunto seja tratado com naturalidade e que os pequenos tenham liberdade para fazer perguntas. 

    É claro que isso não significa que os pais e responsáveis devam envolver seus filhos nos obstáculos financeiros da família. 

    Contudo, é importante orientá-los para que tenham uma visão equilibrada sobre as finanças, respeitando cada idade e curiosidade natural:

    • Apresentar conceitos financeiros de forma lúdica;
    • Criar autonomia financeira;
    • Ensinar a poupar dinheiro;
    • Incentivar a tomada de decisões conscientes;
    • Dar responsabilidades para a criança.

    Veja outros motivos que reforçam a importância de trabalhar a educação financeira infantil desde cedo. 

    Reconhecimento do valor do dinheiro

    Uma família que não conversa sobre dinheiro com as crianças, faz com que elas cresçam alheias a essa questão. Mas, não leva muito tempo para os pequenos entrarem em contato com esse universo.

    Comerciais, desenhos, jogos, livros, séries e filmes diversos abordam dinheiro e o consumo, especialmente estimulando-o.

    Assim, conforme crescem, é comum pedirem por itens com brinquedos, materiais de papelaria, fantasias e outros, sem ter a noção de que esses objetos afetam o orçamento da família.

    Isso porque, as crianças nunca foram orientadas sobre o tema e, portanto, não podem ser responsabilizadas. 

    Nesse sentido, a educação infantil sobre finanças é indispensável para evitar que tais situações ocorram com frequência. 

    Compreensão sobre o que é supérfluo

    Além de compreender o valor do dinheiro, a educação financeira infantil expõe que nem tudo vale a pena ser comprado, mesmo que haja orçamento para isso. 

    Existem 3 categorias de serviços e produtos que as crianças precisam compreender imediatamente. São elas:

    1. necessário: itens realmente importantes e urgentes, que trarão benefícios para a família e/ou possuam alguma utilidade para a rotina;
    2. supérfluo: itens que não são importantes e nem sempre trarão benefícios para a rotina familiar e pessoal, mas que podem ser adquiridos caso não prejudiquem o orçamento;
    3. desperdício: objetos que não oferecem qualquer utilidade ou vantagem, que implicam na perda de dinheiro e ainda podem trazer arrependimento. 

    Aprendizado sobre metas e objetivos

    Outra razão para falar sobre finanças com as crianças é ensiná-las sobre metas e objetivos financeiros. 

    Assim, elas compreendem que não ter a quantidade X ou Y de dinheiro não é impedimento para realizarem seus sonhos e desejos. 

    Planejar-se para realizar metas financeiras envolve gastar de forma controlada, guardar dinheiro, não fazer dívidas, pensar em meios de economizar no dia a dia e outros. 

    Reflexão sobre a importância de poupar

    Com uma boa educação financeira, as crianças conseguem refletir, com base nos ensinamentos anteriores, sobre a importância de guardar dinheiro para o futuro. 

    Ao desenvolver tais conhecimentos, os pequenos se tornarão adultos capazes de compreender seu padrão econômico e administrar os gastos adequadamente. 

    No longo prazo, será possível gerir o destino do próprio dinheiro, entendendo para onde vai e como economizá-lo. 

    Educação financeira infantil: quando e como começar a falar de finanças com a criança?

    Você deve estar se perguntando se há uma idade adequada para começar a falar sobre o assunto com as crianças. Segundo especialistas da área, não existe uma idade específica. 

    Na realidade, há uma faixa etária na qual as conversas sobre dinheiro podem ser introduzidas na rotina dos pequenos. 

    Para isso, é importante entender que a infância é dividida em 3 estágios biopsicossociais distintos. 

    Isso foi destacado no artigo “Aspectos do desenvolvimento na idade escolar e na adolescência”, do acervo digital do departamento de psicologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista). As 3 fases consistem:

    1. Primeira infância: nascimento até os 3 anos de vida. Aqui, as crianças aprendem sobre suas necessidades básicas, possuem vínculo social exclusivo com os pais e não desenvolveram ainda 100% de sua comunicação;
    2. Segunda infância: dos 3 aos 6 anos de vida. Já podem se comunicar verbalmente e gestualmente, possuem um contato social além dos pais e começam o aprendizado escolar. É a fase das descobertas e questionamentos;
    3. Terceira infância: dos 6 aos 11 anos de vida. A cognição está mais desenvolvida, conseguem absorver inúmeras informações complexas, ganham aumento nas interações sociais e amadurecem suas emoções.

    Com base nesses dados, podemos concluir que a melhor fase para começar com a educação financeira é a segunda infância. Para isso, existem duas abordagens.

    Uma delas é iniciar as conversas assim que os pequenos entrarem nesse estágio da vida. É dever do responsável estabelecer o ritmo das conversas, além de planejar as informações a serem passadas e quais atividades conduzir para simplificar o entendimento.

    Outra estratégia é transferir o protagonismo do aprendizado para a criança. Espere que eles façam perguntas sobre o tema, à medida em que descobrem mais coisas sobre esse universo — sua importância e como funciona.

    O intuito é deixá-los livres para aprenderem no próprio ritmo, sem imposições. A cada nova dúvida, é interessante propor atividades lúdicas que expliquem o que desejam entender. Confira nossas dicas de como introduzir a educação financeira infantil a seguir!

    Use ferramentas lúdicas

    Nossa primeira sugestão é apresentar histórias e ferramentas lúdicas sobre finanças aos pequenos. 

    Vale contar com livros, almanaques, gibis e outros materiais que abordem crianças descobrindo sobre o dinheiro, como usá-lo e porque é importante ser responsável com ele. 

    Com personagens infantis sendo protagonistas da história, mais facilmente os pequenos se identificam com o que está sendo contado. 

    Existem diversas produções nacionais que podem ser utilizadas nesse momento. Todas possuem uma linguagem fácil e simplificada:

    • Menino Maluquinho em “Pra Que Dinheiro?”;
    • Turma da Mônica em “Como Cuidar do Seu Dinheiro?”;
    • “Meu Cofrinho, Meu futuro”;
    • “Dinheiro Compra Tudo?”;
    • “Meu dinheirinho?”.

    Além disso, esse momento de imersão nas histórias trarão a oportunidade de passar mais tempo com seus filhos. Demonstrar cumplicidade e parcerias ajuda a fortalecer os laços, facilitando todo o aprendizado. 

    Seja o exemplo

    É importante para a educação financeira infantil bem sucedida que você seja um exemplo para os pequenos. 

    As crianças se espelham no que os pais fazem, como agem em determinadas situações e como se comportam. Isso também envolve os hábitos financeiros.

    Então, se a família possui diversos problemas com as finanças, costumam comprar por impulso e reclamam constantemente da falta de dinheiro ou do excesso de trabalho, os filhos perceberão o assunto como algo negativo.

    De nada adianta fazer um discurso sobre a importância de ter o controle sobre as finanças, se as crianças percebem que isso não acontece dentro de casa. 

    Para que elas aprendam essas noções valiosas, é essencial incorporá-las no dia a dia familiar. 

    Inclua a criança em pequenas decisões financeiras

    Uma ação que chamará a atenção das crianças para a importância da saúde financeira é envolvê-las em alguma decisão econômica da casa. Mas, como fazer isso sem sobrecarregá-las?

    Incluí-las nas compras do supermercado, por exemplo, é uma solução simples e eficaz. Mostre uma quantia para os pequenos e peça ajuda para escolher os produtos adequados. 

    Demonstre que é necessário selecionar itens que não ultrapassem o valor determinado. Assim, seu filho se sentirá importante em participar desse momento.

    Também vale a pena envolvê-los na compra de um presente ou no planejamento de um passeio de férias. Diversas ocasiões do tempo em família podem ser utilizadas com aprendizado.

    Educação financeira infantil: atividades para começar 

    Depois de compreender que a educação financeira infantil começa com ensinamentos básicos no dia a dia da família, você pode desejar saber quais atividades ajudam a potencializar o aprendizado.

    São diversas abordagens e situações a serem exploradas para ensinar sobre organização e planejamento financeiro. Confira a seguir algumas das nossas principais dicas!

    Mesadas

    Estipule uma quantia a ser dada às crianças mensalmente. Os valores precisam ser coerentes com o orçamento familiar. 

    As mesadas já foram bastante questionadas por especialistas educacionais. Porém, foi concluído que, quando é possível aplicá-la, pode ser uma ferramenta interessante e vantajosa para a formação da inteligência financeira dos pequenos. 

    Sendo assim, ela se torna algo mais complexo do que uma simples quantia nas mãos das crianças. Trata-se de um mecanismo que funciona para o aprendizado de como gerir o próprio capital financeiro desde cedo. 

    Para que a estratégia seja bem sucedida, é necessário definir valores e prazos de “pagamento” diferentes, de acordo com a idade, aumentando os números gradualmente: 

    • entre 6 a 8 anos: semanalmente;
    • entre 9 a 11 anos: quinzenalmente;
    • entre 12 a 15 anos: mensalmente.  

    Mostre o valor do dinheiro

    Conversar sobre educação financeira infantil não é fácil. A noção do dinheiro e seu valor é muito abstrato para as crianças, especialmente porque elas não tomam decisões reais sobre as finanças da família. 

    Além disso, elas ainda não estão prontas para compreender os fatores externos que impactam no orçamento familiar, como a inflação e o poder de compra. 

    Nesse aspecto, é importante falar sobre o dinheiro sob um ponto de vista mais prático e simples. Um ótimo ponto de partida é falar sobre as compras familiares.

    Também é necessário evitar dar tudo o que as crianças pedem, ainda mais quando a compra impactar nas finanças da família. 

    Adote uma postura firme e deixe claro que o dinheiro obtido foi fruto do seu trabalho e, por isso, é essencial gastar com cuidado. Você pode oferecer alternativas para o uso em momentos de lazer, como tomar sorvete ou ir ao cinema. 

    Com essas pequenas intervenções, as crianças passarão a refletir sobre as finanças, compreendendo aos poucos que o dinheiro não é um recurso ilimitado. 

    Crie um planejamento a curto, médio e longo prazo

    Ensine como se planejar financeiramente para atingir objetivos. Para isso, é necessário estipular metas de curto, médio e longo prazo, além de reservar um local para guardar o dinheiro. 

    Converse com a criança sobre a importância de poupar uma quantia da mesada que ela recebe, a fim de realizar uma meta importante para ela, como comprar um brinquedo ou ir ao passeio da escola. 

    Pergunte o que seu filho deseja comprar com o dinheiro. Em seguida, mostre que é preciso calcular a quantia necessária e em quanto tempo ela será alcançada. 

    Se a criança deseja comprar um brinquedo que custa R$80, mas ganha R$20 por semana, ela deverá guardar toda a mesada durante 4 semanas, ou parte dela por um prazo maior. 

    Coloque valor em pequenas tarefas

    Outro processo fundamental para uma boa educação financeira infantil é estimular a noção de que trabalhar gera resultados. Para isso, é interessante pagar pela realização de pequenas tarefas.

    Contudo, tome cuidado para não condicionar a criança a pensar que todas as atividades e obrigações levam a ganhos financeiros. 

    Arrumar a cama e ter um bom desempenho escolar são obrigações que devem ser cumpridas e não podem ser recompensadas financeiramente. Por outro lado, tarefas esporádicas e pontuais merecem algum “pagamento”.

    Aposte em jogos 

    Do ponto de vista infantil, é sempre mais vantajoso aprender brincando. Por isso, brinquedos, jogos e livros coloridos são ótimos aliados dos pais nessa missão de educar sobre o dinheiro.

    É possível encontrar brinquedos simples que abordem o assunto, como uma caixa registradora, que simula o processo de compra e venda em lojas. 

    Para crianças mais crescidas, a partir dos 8 anos de vida, vale o investimento em jogos tradicionais, como o Banco Imobiliário, que simula transações de compra e venda de terrenos, casas e empresas. Há uma versão moderna com maquininha para cartão.

    Também existem outros jogos semelhantes, como o Jogo da Mesada, que trazem situações cotidianas do universo infantil, como a compra de figurinhas ou uma bicicleta nova. 

    O jogo ainda incentiva o ganho de dinheiro com atividades extras e ensina a fazer empréstimos e pagar juros.

    Compre um cofrinho

    Presenteie a criança com um cofrinho para que ela tenha onde guardar seu dinheiro e comece a desenvolver o hábito de poupar. 

    Isso também é válido para crianças pequenas, que gostam de colecionar moedas, sem saber o valor real de cada uma. 

    Reforce a importância de juntar dinheiro. Combine uma data para abrir o cofrinho em família e destinar um bom uso para a quantia acumulada.

    Faça testes de conhecimento divertidos 

    Aplicar testes de conhecimentos é outra ótima solução para uma boa educação financeira infantil. Desenvolver um jogo de perguntas e respostas é uma excelente maneira de fazer a criança aprender enquanto se diverte. 

    Crie uma dinâmica para que elas adivinhem o valor de objetos diferentes. Assim, os pequenos obtêm a noção de valores, estimulam o raciocínio e um conhecimento maior sobre finanças.

    Deixe que a criança erre e aprenda

    O processo de aprendizagem não envolve apenas acertos. É importante que a criança erre com as próprias ações para que vivenciem as consequências de uma escolha errada. Trata-se de um dos aprendizados mais valiosos da educação financeira. 

    Se, durante um passeio escolar, por exemplo, ela gastar todo o dinheiro recebido com lanches e não conseguir comprar lembrancinhas do evento, não se ofereça para completar a quantia faltante. Deixe que ela aprenda a gerir melhor a mesada da próxima vez. 

    Hábito de anotar as despesas

    Na educação financeira infantil, é igualmente importante ganhar dinheiro e também saber como gastá-lo. 

    Ensine seu pequeno a registrar tudo o que comprar com sua mesada, especialmente as despesas que não foram planejadas, já que essas são as que mais prejudicam o orçamento.

    Mostre que existem diversas opções para fazer esse controle financeiro, como planilhas, cadernos, aplicativos no celular, programas de computador e outros.

    Mitos sobre a educação financeira infantil

    Existem inúmeros mitos envolvendo a educação infantil sobre finanças e dinheiro. É por causa deles que muitos adultos evitam falar sobre esse assunto; tão importante para o desenvolvimento das crianças. Os principais são:

    • educação financeira é um tema exclusivo da família: esse tema deve ser discutido em qualquer lugar, pois o dinheiro está em todo lugar. As crianças precisam encarar o assunto como algo natural e sem tabus;
    • somente crianças de famílias ricas precisam de educação financeira: crença bastante equivocada e um tanto perigosa. Sem uma boa educação financeira, ter muitos recursos apenas não garante um futuro próspero;
    • é muito difícil oferecer a educação financeira adequada: com as dicas que te mostramos mais acima, você viu que é possível inserir o assunto no dia a dia infantil sem grandes dificuldades. Invista em brinquedos, jogos educativos e explore momentos cotidianos, como a ida ao supermercado.

    Educação financeira infantil: conheça a turminha Ailogs!

    A Turminha Ailogs é uma iniciativa da Cooperativa Ailos para ensinar sobre educação financeira para as crianças. São diversos conteúdos educativos — jogos, vídeos e artigos — para aprender enquanto se diverte. 

    Conheça a turminha Ailogs! Uma forma lúdica de falar sobre educação financeira com as crianças!

    Conclusão

    Uma boa educação financeira infantil é crucial para o desenvolvimento de crianças mais independentes e autônomas em relação ao uso do dinheiro. Por isso, esse é um assunto que não pode deixar de ser conversado dentro de casa. 

    Como exemplificamos ao longo do conteúdo, isso pode ser feito por meio de jogos, brincadeiras, diálogos, ou mesmo com o suporte da escola. Contudo, lembre-se que o exemplo dos pais ainda é o método mais eficaz de aprendizagem. 

    Convide os pequenos a participar de algumas decisões financeiras simples da casa. Assim, ele aprenderá mais rapidamente o valor do dinheiro, diferenciar o que é supérfluo do que é necessário e conseguirá se planejar para atingir suas metas e objetivos.

    Para ter o suporte necessário nessa tarefa, conte com quem coopera com seus sonhos financeiros. Conheça a Ailos e suas soluções!

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