Spread bancário: o que é, como funciona e composição

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    Você conhece o termo spread bancário? Ele está diretamente relacionado com as taxas de juros aplicadas no Brasil. Tal indicador impacta diretamente sobre o desenvolvimento da economia no país, afetando a vida da população. 

    Quando o spread está mais alto, por exemplo, o acesso ao crédito fica mais limitado, o que interfere negativamente na economia. 

    Nesse sentido, elaboramos o conteúdo a seguir para que você entenda melhor o que o spread representa e sua influência na rotina dos brasileiros. Confira mais abaixo! 

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    Spread bancário: o que é? 

    Em geral, o spread é a diferença entre os juros que os bancos pagam aos clientes, quanto eles fazem um investimento em seus produtos, e os juros cobrados pelos seus serviços financeiros, como empréstimos, cartão de crédito e cheque especial.

    Desse modo, quanto mais alto for esse indicador, mais lucro os bancos obtêm em suas operações. Consequentemente, mais taxas deverão ser pagas pelos clientes que precisam de crédito.

    Há bastante controvérsia acerca do spread. A diferença entre os juros praticados é muito grande, o que gera a impressão de que as taxas são exageradas a favor das instituições financeiras. 

    Por isso, muitos enxergam o spread como vilão. Mas, na realidade, existem inúmeros custos que incidem sobre sua estrutura econômica. 

    Como funciona o spread bancário? 

    As discrepâncias entre as taxas de juros funcionam iguais a qualquer outro tipo de empreendimento. 

    Imagine um supermercado, por exemplo, que paga um valor X para adquirir as mercadorias dos fornecedores e cobra um valor Y, mais elevado, para vendê-las aos consumidores. É com essa diferença que a empresa consegue manter seus custos e obter lucro.

    Portanto, a mesma dinâmica ocorre com os bancos, sendo que seu maior produto é o dinheiro e o valor cobrado são os juros. 

    Em termos práticos, considere a seguinte situação: um banco oferece 10% de rentabilidade anual sobre seus investimentos de renda fixa, enquanto cobra 23% de juros anuais em suas ofertas de crédito. Nesse caso, o spread ficaria dessa forma: 23% – 10% = 13%.

    Assim, quanto maior for a taxa do spread, maior será a lucratividade dos bancos. Essa taxa impulsiona a economia, além de dar um “respiro” para as instituições financeiras. 

    Felizmente, informações sobre custos como esse têm ganhado mais visibilidade, facilitando a vida do consumidor na busca por crédito com encargos mais baixos. 

    É por essa razão que os bancos tradicionais vêm perdendo espaço para as fintechs, bancos digitais e cooperativas.

    Do que é composto o spread bancário? 

    Agora vamos detalhar o spread bancário e sua composição, para que você tenha mais clareza sobre o assunto. 

    Como dissemos logo acima, as instituições financeiras precisam obter lucro a fim de manter suas operações. Por isso, o spread é composto por diversos encargos, que você confere a seguir.

    Administração 

    Envolve o custo dos salários dos funcionários e despesas com encargos trabalhistas, das operações das agências, dos aluguéis do imóvel, dos caixas eletrônicos e outros serviços.

    Encargos fiscais, compulsório e FGC 

    Parte dos depósitos que os bancos recebem são retidos pelo Banco Central, a fim de monitorar o dinheiro em circulação. É uma determinação obrigatória para todas as instituições financeiras.

    O depósito compulsório, por sua vez, representa parte do depósito à vista, seja em poupança ou a prazo, que é retida e destinada ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

    Inadimplência 

    Taxas de inadimplência são mais um fator determinante para o tamanho do spread bancário. Os bancos precisam se proteger do risco de não receber as parcelas do empréstimo concedido. 

    Uma forma de se resguardar dessa falta de pagamento é incluindo essa taxa no spread. Outra maneira é oferecer juros ainda mais altos nas linhas de crédito, por exemplo.

    Impostos 

    Diversos impostos são cobrados sobre as operações financeiras, o que afeta diretamente o spread. 

    Entre eles, podemos destacar o IOF (Imposto sobre Operação Financeira), IR (Imposto de Renda), COFINS (Financiamento da Seguridade Social), PIS (Programa de Integração Social) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

    Lucros 

    Por fim, o lucro também é incluído no spread. Ele representa a parcela retida pelos bancos que são direcionados para seus acionistas. 

    Como é feito o cálculo do spread bancário? 

    Existem duas formas diferentes de calcular a taxa do spread nas transações bancárias: uma simplificada e outra mais complexa. O modo simples já foi exemplificado nos tópicos acima, que chamamos de “spread aditivo”. 

    Ele consiste na diferença entre a porcentagem de captação e a porcentagem de crédito. Caso você não tenha entendido muito bem nosso exemplo anterior, vamos a outro mais detalhado:

    Suponha que você acabou de investir determinada quantia em um CDB que paga 100% do CDI. Em um ano, sua aplicação renderá 13,25% — considerando a Selic em 2022. No mesmo período, você pegou um empréstimo com uma taxa de 30% ao ano. 

    Nesse contexto, o spread bancário é de 30% – 13,25% = 16,75%. Esse percentual resultante é o que o banco retém para cobrir seus gastos e manter sua lucratividade.

    Além desse cálculo, existe outro modo mais complexo de encontrar o spread, com maior precisão. Nessa conta, é utilizada uma fórmula bem complexa: 

    Contudo, para o dia a dia, o método simplificado é suficiente para entender o quanto seu banco lucra com as operações e os serviços oferecidos. 

    O spread bancário pode diminuir? 

    Segundo o recente relatório de economia bancária, feito pelo Banco Central, o spread bancário sofreu uma queda de 14,4 p.p em 2019 para 11,8 p.p em 2020. Tais dados indicam que essas taxas podem, sim, serem reduzidas. 

    Para isso, o mercado de crédito precisa adotar práticas que contribuam para a redução desses valores, como diminuição das cargas tributárias, redução do risco de recuperação de crédito, otimizações administrativas, redução da necessidade de depósitos outros.

    Spread bancário e taxa selic: qual a relação?

    O spread pode ser influenciado ou não pela Taxa Selic, e isso depende do comportamento do mercado. 

    A Selic representa a porcentagem média de juros estipulada pelo Banco Central. Ela afeta diretamente os juros pagos aos investidores e os juros cobrados pelas linhas de crédito.

    Essa taxa é definida a cada 45 dias pelo Copom (Comitê de Política Monetária), baseada em indicadores financeiros do Brasil. Todas as decisões que envolvem a Selic servem para manter a economia do país equilibrada e evitar uma inflação descontrolada.

    A rentabilidade de investimentos da renda fixa (CDBs e outros) e da poupança está atrelada à Selic, quando ela diminui, os investidores recebem menos pelas suas aplicações. 

    Porém, as instituições podem escolher repassar ou não essa queda aos seus clientes, incluindo as taxas de seus serviços financeiros. 

    Dessa forma, quando vemos uma queda na Selic e um aumento no spread bancário, isso significa que os custos da linha de crédito não foram repassadas aos consumidores. 

    Quando o contrário acontece, quer dizer que os bancos resolveram repassar a variação na taxa básica de juros aos seus clientes.

    Somos Ailos: a economia colaborativa com essência de quem faz diferente. O futuro que você tanto quer começa aqui!   

    Como o spread bancário afeta a vida das pessoas?

    Quanto maior é a taxa de juros, mais vantagens o consumidor terá ao deixar seu dinheiro investido em uma aplicação financeira. Por outro lado, quando os juros estão mais baixos, é o momento ideal para a população consumir mais, produzir mais e expandir suas empresas.

    O mesmo acontece com as taxas do spread. Enquanto estiverem mais altas, menos pessoas contratarão empréstimos, financiamentos e outros serviços financeiros. 

    Nesse sentido, a redução dessa porcentagem é essencial para incentivar determinadas atividades econômicas, como a contratação de novos funcionários, aquisição de bens imóveis e mesmo a renegociação de dívidas.

    Um ótimo exemplo da variação dessa taxa foram os juros praticados no cheque especial em 2015, que chegou a 287% ao ano. Em 2020, essa taxa caiu para 130%. 

    É claro que ainda estamos falando de valores altos, mas a redução impacta positivamente na percepção do consumidor sobre a possibilidade de uso de tais ferramentas. 

    Conclusão

    Entender como o spread bancário funciona é crucial para ter controle sobre sua vida financeira e seus investimentos. Afinal, mesmo sem saber, o spread afeta a vida de todos os brasileiros que usam serviços bancários. 

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