Os investimentos em renda fixa estão entre os mais populares do mercado. Eles são aquele coringa que combina bem com a carteira de poupadores de todos os perfis, do conservador ao arrojado.
Na prática, Renda Fixa são os investimentos com regras de remuneração pré definidas no momento da aplicação do título. Ou seja, na hora de investir, você já sabe como será o cálculo do rendimento, prazo de vencimento e regras de resgate da aplicação.
Por exemplo, na Renda Fixa você pode investir em um título que terá sua variação atrelada à taxa Selic, com vencimento em um período de 12 meses. Notou como a regra de remuneração e o prazo do investimento estão bem definidos neste caso?
Para ficar mais claro, note como a situação é bem diferente da aplicação em ações, que é um investimento em Renda Variável. Uma ação, como sabemos, não tem prazo de vencimento e nem regra de remuneração pré-definida. Afinal, seu valor varia de acordo com uma série de fatores relativos ao desempenho da empresa.
Agora que você entendeu a definição básica da Renda Fixa, vamos nos aprofundar no assunto e explicar tudo que você precisa saber sobre essa classe de investimentos.
Como funcionam os investimentos em renda fixa
Na prática, ao investir em Renda Fixa você está concedendo um empréstimo a uma entidade financeira em troca do pagamento de juros. Para isso ocorrer, a entidade emite um documento no qual ela se compromete a devolver o dinheiro emprestado acrescido de rendimentos. É o título de Renda Fixa.
É por isso que a Renda Fixa é considerada um investimento com maior previsibilidade se comparada à Renda Variável. Afinal, conhecendo previamente as regras de remuneração e prazos, você conseguirá ao menos fazer uma estimativa do rendimento da sua aplicação.
Na prática, o investimento funciona assim:
- Uma instituição financeira, empresa ou governo emite um título de renda fixa.
- Você compra o título. Ao fazer isso, está emprestando dinheiro à instituição.
- No prazo acordado, você recebe seus recursos com a rentabilidade definida na hora da compra do título. Alguns títulos também permitem o resgate antecipado, caso necessário.
Neste momento, você pode estar se questionando: e se a instituição para a qual eu emprestar dinheiro vier a falir? É aí que entra uma das vantagens de boa parte dos investimentos em Renda Fixa: o Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
A função do FGC é proteger os investidores de eventual falência das instituições financeiras. Desta forma, caso alguma instituição decrete falência, o FGC garante o pagamento dos investidores até o limite de R$ 250 mil por instituição, por CPF.
Agora que você já entendeu as características básicas do investimento, é hora de conhecer os principais títulos de Renda Fixa. Cada um tem suas características de risco, rentabilidade e liquidez, que podem ser adequados para diferentes perfis de investidor. Vamos lá?
Saiba mais: IR renda fixa: saiba como declarar seus investimentos!
Caderneta de poupança
A poupança é uma velha conhecida do brasileiro por conta de sua facilidade de se investir e seus custos baixos. A poupança não tem taxa de administração, além de ser isenta de imposto de renda para a Pessoa Física.
A sua rentabilidade segue regras fixadas pelo governo e é igual em qualquer instituição. A regra é a seguinte:
- Se a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% sobre o valor depositado + Taxa Referencial, a famosa TR.
- Se a taxa Selic estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic + Taxa Referencial..
Para se ter ideia da popularidade desse investimento, segundo a pesquisa Raio-x do Investidor Brasileiro, da Anbima, 29% dos investidores têm algum recurso em caderneta de poupança.
Veja também: O que é Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop)
Letras de Crédito Imobiliário
As LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) são títulos lastreados em carteiras de empréstimo imobiliário. Na prática, ao comprar uma LCI, você está emprestando recursos para instituições financeiras concederem créditos ao setor imobiliário. E, claro, ao fazer isso, você recebe o rendimento pactuado com a instituição.
As LCIs se tornaram bastante populares entre os investidores pessoa física por conta de sua isenção de imposto de renda. Ou seja, na prática, o rendimento que você tiver com aquela aplicação não será tributado do imposto de renda.
O prazo de vencimento das LCIs pode variar de 90 dias a 36 meses. Apesar de não poderem ser resgatadas a qualquer momento, em alguns casos elas podem ser negociadas no mercado secundário – ou seja, podem ser vendidas em Bolsa de Valores de forma semelhante a uma ação.
O investimento mínimo varia de acordo com a instituição, mas geralmente é de R$ 1.000.
Letra de Crédito do Agronegócio
Ao investir em uma LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), você está comprando títulos atrelados a empréstimos para o agronegócio. Ou seja, a LCA é um papel emitido pelas instituições financeiras para arrecadar recursos para realizar empréstimos à cadeia do agronegócio. E você, ao comprar esses papéis, é remunerado com juros por isso.
Assim como as LCIs, as LCAs têm prazo mínimo de resgate de 90 dias. Após o vencimento do título, se você quiser continuar com ele, a liquidez geralmente será diária.
O investimento mínimo varia de acordo com a instituição, mas geralmente é de R$ 1.000.
Um dos atrativos da LCA é que seus rendimentos são isentos de imposto de renda para pessoa física, assim como as LCIs.
CDB e RDC
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) e o Recibo de Depósito Cooperativo (RDC) são importantes fontes de captação de recursos para as instituições financeiras e um dos investimentos mais tradicionais do mercado brasileiro.
Ao investir em CDBs e RDCs, você está comprando papéis de uma instituição financeira que está captando recursos para diferentes objetivos. Ambos são bastante versáteis e suas características, como rendimento e data de vencimento, são determinadas no momento de sua contratação.
A remuneração, que pode ser prefixada ou pós-fixada, é baseada em diversos indexadores, sendo o mais comum deles, o CDI. Quanto à liquidez, um dos atrativos destes investimentos é a possibilidade de liquidez diária.
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Títulos públicos federais
Emitidos pelo Governo Federal, esses títulos servem para financiar a dívida pública. Na prática, ao comprar os títulos, você está emprestando recursos ao governo. Eles são considerados um dos investimentos de menor risco, já que possuem garantia do Tesouro Nacional.
Para popularizar os títulos públicos, o Governo Federal lançou em 2002 o programa Tesouro Direto, que permite a qualquer pessoa física investir nesses títulos com valores a partir de R$ 30.
Apesar de os títulos disponíveis terem datas de vencimento longo, em muitos casos de mais de 20 anos, eles possuem liquidez diária. Ou seja, você pode resgatá-los a preço de mercado, a qualquer momento, na própria plataforma do Tesouro Direto. Os títulos são divididos em:
- Prefixados: Rendem taxa de juros fixa, ou seja: sem variar de acordo com um percentual predeterminado. Na prática, você sabe exatamente o quanto vai receber no vencimento do título. Por exemplo: 10% de rendimento sobre o valor aplicado.
- Tesouro Selic: A rentabilidade da aplicação é baseada na famosa taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira.
- IPCA+: A rentabilidade da aplicação varia de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acrescida de uma taxa prefixada. Por exemplo: a variação do IPCA (indexador) no período do investimento acrescido de 4% (taxa prefixada).
Debêntures
As debêntures costumam ter rentabilidade superior a outros investimentos de renda fixa. Isso ocorre porque elas não contam com garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Portanto, como possuem mais riscos, precisam oferecer melhor rendimento aos investidores.
O rendimento dos títulos pode ser pré-fixado, pós-fixado ou híbrido. Neste último caso, a remuneração ao investidor é parte pós-fixada por meio de um indexador, e parte pré-fixada por um valor fixo.
O rendimento, as taxas, prazo e investimento mínimo variam conforme a empresa que emite o título.
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